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Grande Festa Espiritual, Culto das Luzes 2013

Ontem, 22/12/2013, na Igreja Presbiteriana de São Cristóvão, que tenho a honra de pastorear, realizamos o nosso Culto das Luzes, celebrando o Natal e recebendo na comunhão da igreja 10 novos membros, sendo 1 por transferência, 1 por profissão de fé e 8 por profissão de fé e batismo. Foi uma grande festa espiritual. Louvado seja Deus!

 

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Natal com fé, esperança e amor (I)

Introdução

Nestes  tempos difíceis de globalização, liberalismo, materialismo, fanatismo, terrorismo, violência, corrupção e crise,  quais  seriam  nossas necessidades mais  prementes?  Muitas, certamente.  Mas eu  vou referir apenas três, as   que  aparecem juntas em várias passagens do Novo Testamento:  fé,  esperança e amor.
 
Estes  conceitos  são  muito abrangentes. Nestes  primeiros domingos de dezembro, mês em que a Cristandade celebra o nascimento de Jesus Cristo,  nosso  Salvador  e  Senhor,  e  pensa  mais  nas  questões  espirituais,  vamos refletir sobre estas virtudes. A três podem dar a este Natal, ao  Ano  Novo que se aproxima e a nossa  vida um significado todo especial. O apóstolo Paulo  escreveu  aos Tessalonicenses:
 
“Damos  sempre  graças  a  Deus  por  todos vós,  mencionando-vos  em  nossas  orações,  e sem  cessar,  recordando-nos,  diante  do  nosso  Deus  e  Pai,  da  operosidade  da  vossa fé,  da abnegação   do  vosso amor  e da  firmeza  da  vossa esperança em nosso Senhor Jesus Cristo” (I  Ts  1.2-3).
 
Estas  eram  as  características principais da igreja em Tessalônica.  Com  tais  características, a igreja superava as dificuldades circunstanciais,  talvez ainda  mais  graves do que as  nossas… O  mesmo Paulo escreveu aos Coríntios um  belo  capítulo  sobre o amor.  No  final  deste, ele disse: “Agora, pois, permanecem a fé, a  esperança  e  o amor,  estes  três:  porém  o maior  destes  é o amor” (I  Coríntios  13.13). Imagine um  mundo  cheio  de  fé,  esperança  e  amor!  Imagine  como  poderiam  ser  os  nossos  lares se todos,  marido, mulher e filhos tivessem corações cheios de fé,  esperança e amor.  Imagine uma  igreja  cheia  de  fé, esperança  e  amor.  Utopia?  Não.  É  perfeitamente  possível.  Como?
 
O SEGREDO É CRISTO,  seu  Natal,  sua  morte  e  sua  ressurreição! Refletindo  biblicamente  e  com profundidade  sobre o significado do nascimento miraculoso de Cristo, de sua morte expiatória e de sua ressurreição gloriosa, seguramente cresceremos  em  fé, esperança  e  amor.  O citado apóstolo Paulo agradecia a Deus a fé,  a esperança e o amor  dos cristãos  de Tessalônica,  mas  escreveu-lhes: “Irmãos,  insistimos  com  vocês  que  cada  vez  mais assim procedam…” (I  Ts  4.9- 10). Nesta  e  em  outras  duas  mensagens vamos  refletir  sobre  estas virtudes…

I.  Natal com fé

O  autor  da  carta  aos  Hebreus  definiu  fé  da  seguinte maneira: “Fé é a certeza daquilo que esperamos  e  a  prova das coisas que não vemos…” (Hb  11.1).  E  citou vários exemplos de homens e mulheres  de  fé: “Pela  fé Abel…  Pela fé  Enoque…  Pela fé Abraão…  Pela  fé Isaque…  Pela fé Jacó…  Pela fé Moisés…  Pela fé Raabe…”. E  ele  segue com o que se tem chamado galeria  dos heróis da fé. lamentavelmente, em nossos dias, essa galeria está muito reduzida…

Fé  em  Deus

O  mesmo  texto  de  Hebreus  comenta  que “Sem  fé  é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam” (Hb  11.6). Os  que  buscam  a Deus,  seja em  oração  ou num ato de culto e adoração, lógico,  precisam  estar absolutamente certos de que Deus existe e os abençoará. Deus  recompensa ou galardoa a fé. Como?

  • Perdoando. “É  ele  que  perdoa  todos  os  seus  pecados…  pois  ele  sabe  do  que  somos formados;  lembra- se  de  que  somos  pó′′ (Sl  103.3,14,  NVI).
  • Santificando. “Eu,  o  Senhor que  os  santifico,  sou  santo” (Lv  21.8).
  • Consolando.  Ele  é “o  Deus  de  toda  consolação” (II  Co  1.3).
  • Alegrando.  Em  Sua  presença  há “plenitude  de  alegria” (Sl  16.11).
  • Ensinando  e dirigindo. Ele  sabe  tudo. “Eu  o  instruirei  e  ensinarei…” (Sl  32.8).

Fé  em  Jesus.

É  preciso  ter  fé  em  Jesus,  também, posto que, de acordo com a Bíblia,  ele é Deus tanto quanto o Pai e o Espírito Santo, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. O  próprio  Jesus  disse: “Creiam  em  Deus,  creiam  também  em mim…” (João  14.1). A  Salvação  depende  disto: “Deus  tanto  amou  o  mundo  que  deu  o  seu  Filho  unigênito,  para  que  todo o  que  nele crer não  pereça,  mas  tenha  a  vida  eterna…  Quem  nele  crê  não  é  condenado;  mas  quem  não crê  já  está  condenado,  por  não  crer  no  nome  do  unigênito  Filho  de  Deus” (João  3:16-18).
A  fé  em  Jesus  inclui:
  • A  certeza  de  que  Ele  ouve  nossas  orações
  • A  certeza  de  que Ele  está  conosco,  pelo  Espírito,  santificando,  consolando  e  capacitando;
  • A  certeza  de  que  Ele  pode  conduzir  nossas  vidas  e  fazer- nos  bem  sucedidos  e  felizes;
  • A  certeza  de  que  a  morte  não  é  o  fim,  mas  uma  passagem  desta  vida  para  outra incomparavelmente  melhor,  com  Cristo,  nos  céus.
Presentemente, no Brasil, talvez mais do que nunca, precisamos renovar a fé, não nos homens, não no Governo… Mas em Deus! Ele é Soberano, está acima e no controle de todas as coisas, mesmo quando parece que não. Mesmo quando, permite, soberanamente, toda essa miséria humana que vemos por aí…  Neste  Natal, reflita sobre isto; pense nestas  passagens da Bíblica; lembre-se de que a fé é um dom de Deus (Rm  12.3);  pode  e  precisa  crescer,  razão porque  podemos e devemos orar como os discípulos de  Jesus:  “Senhor,  aumenta- nos  a  fé” (Lc 17.5).

Pr.  Éber  Lenz  Cesar  ([email protected])

Leia também:

II. Natal com esperança

III. Natal com amor

Natal com fé, esperança e amor (II)

Natal com fé, esperança e amor

II. Natal com esperançaImagem Natal com esperanca

As pessoas geralmente têm

  • esperança de passar no vestibular
  • de conseguir emprego
  • esperança de casar
  • esperança de ter filhos
  • esperança de ter muito dinheiro
  • esperança de comprar um carro
  • esperança de adquirir casa própria
  • esperança de visitar a Disney
  • esperança de ser curado
  • esperança de viver muitos anos…

 

Dizem que  “A esperança é a última que morre!” De fato! Agarramo-nos à esperança como o náufrago à corda. A esperança é a nossa salvação! Sem ela, naufragamos no desânimo, na tristeza, da depressão, na angústia, no desespero. Ou não? Depende do que esperamos, daquilo em que pomos a nossa esperança.

Distinção:

  • as esperanças, como as que listamos acima. São todas boas, legítimas e importantes, mas nem sempre se realizam.
  • a esperança. Esta é infinitamente melhor, e não falha nunca. É a esperança cristã.

Esta é esperança que acompanha a fé, que confia nas promessas de Deus e de Cristo, tanto para esta vida como para a vida depois da morte.

Esperança cristã: posta em Deus e em Cristo.

 

O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Éfeso:

“Lembrem-se de que anteriormente… vocês estavam sem Cristo… sem esperança e sem Deus no mundo…” (Ef 2.12, NVI).

Vemos aqui que os que ainda estão sem Cristo e sem Deus não têm a verdadeira e grande esperança.  Esta esperança é posta em Deus e em Cristo. Veja o que disseram alguns dos homens de Deus na Bíblia (NVI):

  • Davi: “Senhor, que hei de esperar? Minha esperança está em ti!” (Sl 39:7; 71.5).
  • Jeremias: “Bendito é o homem cuja confiança está no Senhor… ” (Jr 17:7).
  • Paulo: “Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens” (I Tm 4:10).
  • Paulo: “Ordena aos que são ricos no presente mundo que não sejam arrogantes, nem ponham sua esperança na incerteza da riqueza, mas em Deus, que tudo nos provê ricamente…” (I Tm 6:17).
  • Paulo também dizia: “…Cristo Jesus, a nossa esperança” (I Tm 1:1).

 

Esperança de que? O que estes homens esperavam de Deus?  Em que consiste a esperança cristã?

Podemos esperar que Deus

  • Nos estenda a Sua mão e nos ajude, porque Ele disse: “Eu sou o Senhor, o seu Deus, que o segura pela mão direita e lhe diz: Não tema; eu o ajudarei” (Is 41.13, NVI).
  • Abençoe nosso trabalho ou, se necessário, intervenha miraculosamente para suprir nossas necessidades materiais, porque Jesus disse: “Não se preocupem dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’  Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mt 6.31-33, NVI).

Mas, a esperança cristã diz respeito, principalmente à

  • salvação,
  • vida depois da morte,
  • volta de Cristo,
  • ressurreição,
  • vida eterna.

É uma esperança escatológica! Paulo escreveu aos Tessalonicenses:

“Irmãos, não queremos que vocês sejam ignorantes quanto aos que dormem, para que não se entristeçam como os outros que não têm esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus trará, mediante Jesus e com ele, aqueles que nele dormiram… os mortos em Cristo ressuscitarão…” (I Ts 4:13-18, NVI).

“A graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver de maneira sensata, justa e piedosa nesta era presente, enquanto aguardamos a bendita esperança: a gloriosa  manifestação do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo”  (Tt 2.11-13, NVI).

Confiamos em Deus e em Cristo aqui e agora? Animamo-nos e fortalalecemo-nos com a esperança (ou certeza) de que ele está conosco, nos guiará e ajudará, cada dia?  Temos esta outra esperança, a escatológica, a que se refere à volta de Cristo, à ressurreição e aos novos céus e nova terra? Neste Natal, enquanto refletimos sobre o significado e importância do nascimento de Cristo, renovemos nossa esperança!

Veja também:

I. Natal com fé

III. Natal com amor

Pr. Éber Lenz César ([email protected])

Natal com fé, esperança e amor (III)

(III) Natal com amor

A Bíblia tem muito a nos dizer sobre o amor de Deus e de Cristo por nós. E o Natal é a melhor ocasião para pensarmos nisso. Cito apenas duas passagens:

“Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna…” (Jo 3.16).

“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5.8).

Há muitas outras passagens. A Bíblia, do começo ao fim, fala do amor de Deus por nós. Mas esta mensagem é sobre nossa fé, nossa esperança e nosso amor… Então, vamos ver algumas poucas passagens sobre nosso amor a Deus e a Cristo, e sobre nosso amor uns aos outros.

 

O grande e primeiro mandamento

 

Um intérprete da Lei uma vez perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei? Respondeu-lhe Jesus: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos, dependem toda a Lei e os profetas” (Mt 22.36-40).

O amor a Deus e a Cristo é o primeiro e grande mandamento da Lei de Deus. O segundo, que inspira-se ou resulta do primeiro, é o do amor ao próximo. O apóstolo João escreveu: “Deus […] nos amou e enviou o seu Filhos como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros […]. Nós amamos porque ele nos amou primeiro […]” (I Jo 4.10,11,19).

E o apóstolo Paulo escreveu: “O amor de Cristo nos constrange […]” (II Co 5.14). Constrange-nos a amar a Deus e a Cristo e constrange-nos a amar nossos irmãos. Por isso o mesmo apóstolo dizia: “Sim, Deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo” (Fp 3.8).

O próprio Jesus disse:  “Assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13.34-35).

 

No fim, só amor!

 

O Novo Testamento nos ensina que o Espírito Santo concede aos que creem, certos dons os habilidades para serviço na igreja. Nós os chamamos “dons espirituais” e os distinguimos dos “talentos naturais”, que as pessoas têm desde o nascimento, independentemente da fé.  Na época do apóstolo Paulo, os cristãos de Corinto começaram a dar importância exagerada a um certo dom, mais chamativo, o chamado “dom de línguas”, habilidade para falar numa língua não aprendida. Isto acontece ainda hoje, em algumas igrejas e torna-se um problema…  Os que têm esse dom (supostamente?) geralmente julgam-se mais espirituais ou melhores crentes do que os outros, e, assim, negligenciam o amor, e a unidade da igreja. O apóstolo Paulo escreveu longamente aos coríntios corrigindo o uso indevido e abusivo desse dom, em particular, e a divisão na igreja. Neste contexto, o apóstolo priorizou o amor fraternal, e escreveu um dos mais belos e completos textos sobre o amor:

“Ainda que eu fale as línguas dos anjos e dos homens, se não tiver amor, serei como bronze que soa ou como címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei […].  O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo .ínguas, cessarão; havendo ciência, passará […[.  Permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém, o maior destes é o amor” (I Co 13.1-13).

Os dons espirituais – profecia, ensino, exortação, línguas, interpretação de línguas etc – são, como dissemos, capacitações dadas por Deus para o exercício de ministérios ou serviço na igreja, a bem de sua edificação e crescimento, mas não servem para nada quando os que se dizem crentes ou cristãos não estão cheios de amor, amor a Deus, amor a Cristo, amor à igreja, amor aos irmãos de fé e ao próximo de modo geral.

É interessante notar nesta passagem, que as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência passará… No fim, permanecerão apenas a fé, a esperança e o amor, sendo que o amor é o maior dos três! Estas três virtudes, por seu valor, durarão mais que tudo, até o fim dos tempos. Todavia, outras passagens (e a lógica) indicam que, depois, na eternidade, permanecerá, e perfeitamente, apenas o amor. Por que?

Porque na eternidade, não precisaremos de fé. O autor da carta aos Hebreus explicou que “fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não veem […]” (Hb 11.1). Ora, as coisas que esperamos por toda a vida, os fatos que se não veem nesta vida, mas nos quais acreditamos, estarão ali diante dos nossos olhos, num eterno e maravilhoso presente! “A fé dará lugar à visão!” (Bíblia de Estudo Plenitude.  Ver II Co 5.7).

Porque na eternidade não necessitaremos de esperança. A “a bendita esperança, a manifestação da glória do nosso grande Deus e salvador Jesus Cristo” (Tt 2.13) será um fato passado ou sempre presente, mas não futuro! “A esperança se transformará em experiência!” (Bíblia de Estudo Plenitude).

Somente o amor será necessário, dominante e eterno!  E como!

Leia também:

I. Natal com fé.

II. Natal com esperança

Pr. Éber Lenz César ([email protected])

Dia de Ação de Graças – Rendei graças ao Senhor (Sl 136)

Vou resumir aqui a mensagem que preguei no Culto de Ação de Graças, na última quinta-feira. Quem não pode comparecer, pode ler e refletir. E todos devemos recordar e dar graças a Deus por suas bênçãos SEMPRE, e não só num dia especial.

Nossa reflexão foi no Salmo 136. Notamos que o mesmo era usado como uma litania ou responsivo nas grandes festas religiosas de Israel. Um dirigente dizia “Rendei graças ao Senhor…” e a congregação respondia:  “… porque a sua misericórdia dura para sempre”. O dirigente seguia mencionando os feitos maravilhosos de Deus, e a congregação repetia sempre: “… porque a sua misericórdia dura para sempre”.

Na introdução, o salmista convida ou mesmo ordena: “Rendei graças ao Senhor…” ou “ao Deus dos deuses” ou “ao Senhor dos senhores” ou ainda “ao único que opera grandes maravilhas” (vs. 1-4). Os versos seguintes, até ao penúltimo, listam algumas dessas “grandes maravilhas”, dando sempre o motivo porque Deus as faz: “… porque a sua misericórdia dura para sempre”.
Para efeito didático, podemos agrupá-las assim:

Maravilhas na Criação.

Deus fez os céus, estendeu a terra sobre as águas e criou os grandes luminares, ou sejam, o sol, a lua e as estrelas (vs. 5-9).

Maravilhas na história de Israel.

  • O castigo que impôs ao Egito, por oprimir os hebreus (V.10);
  • o êxodo ou libertação dos hebreus da escravidão no Egito (vs. 11-12);
  • a abertura do mar Vermelho para os hebreus passarem a pé enxuto (vs. 13-15);
  • a direção e provisão para o seu povo, no deserto (vs. 16);
  • as vitórias que deu a Israel na conquista da Palestina (vs. 17-22).

Maravilhas ocasionais.

O Senhor lembrou-se do seu povo quando abatido ou desanimado (v. 23); libertou-os dos seus inimigos, provavelmente aqueles que oprimiram Israel no tempo dos juízes (v. 24); proveu sustento contínuo (v.25).

Por tudo isto, conclui o salmista, “Tributai louvores ao Deus dos céus, porque sua misericórdia dura para sempre”.

Aplicação

A despeito da poluição, da pressa, do estresse nos grandes centros urbanos, ainda é possível admirar os feitos maravilhosos de Deus na Criação, render-lhe graças e louvá-lo por essas maravilhas!

Também podemos traçar um paralelo entre as experiências históricas de Israel e nossas experiências:

1) Todos já nos sentimos ou de fato fomos escravos, como Israel no Egito. Oprimidos… quando não por outras pessoas, com certeza pelo Diabo, pelo pecado, por um vício. Quantas vezes já experimentamos libertação e êxodo? E isto “porque a sua misericórdia dura para sempre”.

2) Como Israel no deserto, nós também peregrinamos nos desertos da vida, seguindo por caminhos áridos e sofridos, às vezes sedentos e famintos… E murmuramos como Israel murmurou! Mas o Senhor, “o único que faz maravilhas” e cuja “misericórdia dura para sempre” faz sair água da rocha e cair pão do céu, em pleno deserto. Vale lembrar aqui, que a água que saiu da rocha para dessedentar Israel, e o pão ou maná que caiu do céu tornaram-se símbolos das provisões que temos em Cristo:

Você se lembra do que Jesus disse à mulher samaritana, junto ao poço de Jacó? “Quem beber desta água (a do poço) tornará a ter sede; aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mias terá sede…” (Jo 4.14). No último capítulo da Bíblia, temos este convite: ”Aquele que tem sede venha, e quem quiser receba de graça a água da vida” (Ap 22.17).

Numa discussão acerca do “maná”, o pão que caiu do céu e alimentou Israel no deserto, Jesus disse:

“Não foi Moisés quem vos deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo… Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede” (Jo 6.32-35).

3) Seguramente todos nós já tivemos dias tristes e de abatimento. Oramos e Deus fez das suas maravilhas… Então, nada mais apropriado do que atender ao apelo final do Salmo 136:

“Rendei graças… ao único que opera grandes maravilhas… a quem se lembrou de nós em nosso abatimento, porque a sua misericórdia dura para sempre… Oh! Tributai louvores ao Deus dos céus!”

Pr. Éber César

Amor agradecido

A história da mulher que ungiu os pés de Jesus com um precioso ungüento é bastante conhecida. Está registrada em Lucas 7.36-50. Tem tudo a ver com um sincero e profundo amor a Jesus por seu perdão e bênção.  É também uma advertência contra as atividades religiosas oportunistas e egoístas.

Tudo aconteceu durante um jantar tipicamente oriental. Os personagens envolvidos são Jesus, um fariseu chamado Simão, que convidou Jesus para o jantar, e a mulher que entrou sem ser convidada e ungiu os pés de Jesus.  Jesus comparou os procedimentos e motivos do fariseu (muito religioso) e da mulher (muito pecadora). Na avaliação de Jesus, o fariseu perdeu pontos, a pecadora ganhou pontos… Vamos ver por quê.

Simão o fariseu.

Simão convidou Jesus para um jantar em sua casa. Por que motivo? Com que intenção? Ele não cria em Jesus, afinal (v. 39, “Se este fora profeta…); seu trato com Jesus era formal (v.40); ele promoveu um jantar pomposo, mas negligenciou coisas mínimas que poderiam indicar atenção e amizade  (vs.44-46); ele desprezou a mulher que entrou em sua casa e chorou aos pés de Jesus; chamando-a de pecadora.

Por que, então, este homem ofereceu um banquete a Jesus?  Suas atitudes parecem indicar que o fez apenas socialmente, tendo em vista a popularidade de Jesus. Pode ter sido também por mera curiosidade. Quantos em nossos dias dão uma de Simão. Promovem ou participam de cerimônias religiosas, ditas cristãs, somente por motivos sociais, ou por curiosidade. Não seria o caso de tantos batizados, casamentos, ações de graças etc.? Isto porque ou quando tais cerimônias não resultam de reconhecimento, de fé, de gratidão, e desejo sincero de seguir e servir ao Senhor Jesus!

A mulher pecadora.

Não temos o seu nome. Somente este qualificativo:  “pecadora”.  Foi  Simão quem a identificou como tal, esquecendo-se de que ele também era um “pecador”. Jesus acolheu a ambos.

Que fez a mulher?  Ela entrou na casa de Simão, chorou aos pés de Jesus e ungiu-os com precioso ungüento. Com que sentimentos?  Ela o fez:  humildemente, sem aparato ou ostentação; chorosa, arrependida dos seus pecados; carinhosamente, beijando os pés do Senhor; agradecida, ungindo os pés de Jesus com ungüento (v. 38). O texto parece indicar que esta mulher anônima, pecadora, tinha sido perdoada e abençoada por Jesus em uma ocasião anterior. Sua homenagem ao Senhor foi por gratidão. Todavia, o Senhor a abençoaria ainda mais.

Os dois devedores.

Jesus pôs lado a lado os dois pecadores, comparou  suas homenagens, seu serviço, suas atitudes, e censurou o fariseu (vs.44-46).  As diferenças resultaram das convicções de cada um a respeito de si mesmos e a respeito de Jesus. É o que se percebe na parábola que Jesus contou a Simão, em seguida: “Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro cinquenta.  Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais?” (vs.41-42). Note:

  • Jesus mencionou dois devedores. Ele queria que Simão reconhecesse os próprios pecados, ainda que, supostamente, menos graves que os da mulher.
  • Jesus declarou que nenhum dos dois devedores tinha com que pagar a dívida respectiva. Pecados são dívidas insaldáveis… pelos próprios pecadores. A única esperança é o perdão do divino Credor.
  • Jesus declarou que o credor perdoou a ambos os devedores. Deus não faz acepção de pessoas; perdoa “grandes” e “pequenos” pecadores, quando se arrependem e crêem em Cristo que morreu por seus pecados, pagou sua dívida.
  • A pergunta de Jesus a Simão, “Qual deles o amará mais?”, teve o propósito de ensinar àquele fariseu impenitente que amor e serviço, verdadeira religiosidade seguem o reconhecimento de pecados, a confissão, a fé e o perdão. Simão respondeu com o óbvio: “Aquele a quem mais perdoou”.  E Jesus acrescentou, referindo-se à mulher: “Por isso te digo: Perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” (v.47).

A resposta do fariseu, “Aquele a quem mais perdoou”, assim como a segunda parte deste versículo, “aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama” indicam que o perdão vem primeiro e é gracioso, imerecido.  Amor e serviço agradecido seguem o perdão. Todavia,  criam condições para mais perdão, mais bênçãos, plena salvação.  Depois de tudo, Jesus disse à mulher: “Perdoados são os teus pecados” e “A tua fé te salvou; vai-te em paz” (vs. 48,50).

Simão, o fariseu… A mulher pecadora… Com qual dos dois nos identificamos melhor? A religiosidade do fariseu, formal, de eventos, deixou-o sem arrependimento, sem perdão, sem amor, sem salvação. A mulher pecadora reconheceu que não tinha com que pagar; confiou na graça e na misericórdia do Salvador Maravilhoso e foi perdoada e salva.  Quanto amor e gratidão encheram o seu coração!

 

Pr. Éber Lenz César ([email protected])

 

Autoimagem. II. Positiva

O que os outros pensam a nosso respeito é importante, principalmente quando sabemos que são amigos e querem nos ajudar. Eles farão elogios, darão valor às coisas boas que fazemos, dirão palavras de encorajamento, e farão, também, alguma observação negativa necessária. Neste caso, elogios e críticas são bem-vindos e precisam ser ouvidos com humildade.

Entretanto, o que pensamos a nosso próprio respeito pode ser ainda mais importante e proveitoso, desde que pensemos “com moderação”, como recomendou  o apóstolo Paulo em Rm 12.3. Como frisamos na mensagem anterior, se pensarmos demais em nossos defeitos, exagerando-os, teremos uma autoimagem negativa, um complexo de inferioridade; Se pensarmos demais em nas nossas virtudes, exagerando-as, teremos uma autoimagem positiva, sim, além do que convém, algo como um complexo de superioridade. Comentamos as causas e prejuízos da autoimagem negativa. Nesta mensagem, vamos refletir sobre a autoimagem positiva.

Autoimagem positiva.

Se a auto-imagem negativa resulta de críticas maldosas, palavras duras e pejorativas que muitos ouvem na infância e na adolescência, e de frustrações profissionais, familiares e eclesiásticas que temos na juventude e na fase adulta, o oposto de tudo isto certamente há de contribuir para a formação de uma autoimagem positiva. Reconhecimento e elogio fazem milagres!

Todavia, o indivíduo que chegou à juventude e à idade adulta com uma autoimagem negativa pode, certamente, mudar isso. Claro que com esforço e com a graça de Deus.
Como? Amando a si mesmo, como ama a Deus e ao próximo.

Um intérprete da Lei perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei”. Jesus respondeu:

“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é grande e primeiro mandamento.  O segundo, semelhante a este,  é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.36-39).

Note a sequência:

Ame o Senhor,  o seu Deus; ame os outros como a si mesmo. Subentendido: Ame a si mesmo e, depois, ame os outros da mesma maneira.

É preciso lembrar que o amor bíblico não é apenas uma questão de sentimento, mas de decisão pessoal em obediência a Deus. É algo que fazemos porque Deus manda. O sentimento vem depois, naturalmente. Então, nesta passagem,

Jesus nos ensina a exercitarmos o amor a nós mesmos tanto como exercitamos ou devemos exercitar o amor a Deus e ao próximo.

Precisamos aprender a gostar de nós mesmos. Certamente, há algumas coisas na nossa aparência, no nosso temperamento e no nosso caráter que não gostamos muito… Mas, comecemos por aquilo que temos de bonito, de maravilhoso e de bom. Todos temos. Depois, quem sabe podemos melhorar o que não está muito bom! Tudo com “moderação”, sem “complexo de superioridade”.

Além disso, no contexto mesmo de Rm 12.3, Paulo nos lembra que estas coisas boas que somos e temos são dádivas de Deus, obra da sua graça. “Por causa da bondade de Deus para comigo, me chamando para ser apóstolo…” Ele tinha sido um perseguidor da igreja… Agora era um apóstolo, um pastor, um líder da igreja, uma pessoa importante na igreja, que Deus estava usando poderosamente! Ele sabia que era por causa da bondade e da graça de Deus. Assim é tudo em nossa vida! Ver I Tm 1.12-14.

Seguindo este raciocínio, chegamos a conclusão de que uma autoimagem negativa é uma forma de ingratidão, pois não reconhece e não agradece as coisas boas que Deus tem feito:

  • nosso corpo, nossa inteligência, nossos dons e talentos;
  • nossa redenção, incluindo nossa adoção como filhos de Deus (Ef 1.3-4), nossa formação cristã, sempre em processo de aperfeiçoamento (Fp 1.6), a habitação do Espírito em nós, o fruto do Espírito em nossa vida e em nossos relacionamentos (Gl 5.22-23). Como cantamos: “Você tem valor, o Espírito Santo habita em você…” (I Co 3.16);
  • nossas realizações, impossíveis sem a bênção de Deus (II Co 3.5);
  • nosso destino eterno: no céu com Cristo… (Jo 14.3).

Pensando assim, não teremos uma auto-imagem negativa… nem presunçosa ou vaidosa! E seremos bem mais felizes!

Leia também a mensagem Autoimagem 1 (Sobre autoimagem negativa).

Pr Éber César   ([email protected])

Auto imagem I

Você gosta de si mesmo(a)? Saberia dizer quais são suas melhores virtudes e seus piores defeitos? Mais virtudes ou mais defeitos? Suas respostas a estas perguntas têm a ver com que os psicólogos chamam de auto imagem, um conjunto de idéias e sentimentos que temos acerca de nós mesmos. A auto imagem pode ser negativa ou positiva.

Numa época em que está na moda a cultura da autoajuda, ou seja, “descubra o deus que existe dentro de você, e veja do que ele é capaz”, o cristão vive em conflito: Afinal, o que eu devo pensar a meu respeito? Que eu sou um joão-ninguém e não sirvo pra nada? Ou que eu sou o tal, o melhor? Nos meios evangélicos há muitos que dizem: “Eu sou filho do Rei, eu posso ter tudo, do bom e do melhor, e nenhum mal me atingirá.”  É isso mesmo? Vamos ver.

O apóstolo Paulo escreveu aos romanos: “… digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3). Devemos pensar, sim, nos nossos próprios defeitos e nas nossas próprias virtudes, mas com moderação, não além do que convém. Isso nos ajudará a ter uma auto imagem equilibrada e sadia.
• Se pensarmos nos nossos defeitos além do que convém, exagerando-os, teremos uma auto imagem negativa, algo como um complexo de inferioridade.
• Se pensarmos nas nossas virtudes além do que convém, exagerando-as, teremos uma auto imagem positiva, sim, mas demais, algo como um complexo de superioridade.
Auto imagem negativa.

A auto imagem negativa geralmente resulta de crítica, censura, desprezo, gozações e coisas tais durante o nosso período de crescimento e formação. Os pais prejudicam muito a auto imagem dos seus filhos quando os criticam e censuram demais, quando não elogiam sua aparência e as coisas boas que fazem, quando lhes dão apelidos pejorativos: “Você não faz nada direito!”, “Burro!”, “Desmiolado!”, “Preguiçoso!”, “Gorducho!”, “Magricela!”, “Narigudo” etc. Estes comentários e apelidos maldosos prejudicam grandemente a auto imagem da criança e do adolescente e até do adulto… Certamente a graça de Deus pode curar lembranças ruins da infância, mas ainda assim, as pessoas com esse histórico terão problemas…

Uma auto imagem negativa pode resultar também de experiências desagradáveis e fracassos na profissão (perda de uma promoção ou mesmo do emprego), na família (separação, divórcio), na igreja (esfriamento da fé, pecado, dificuldades relacionais, exclusão).

Uma auto imagem negativa paralisa o nosso potencial de trabalho e produção, seja profissional ou eclesiástico. Leia Mt 25.14-18. Por que será que o servo que recebeu um talento o escondeu, ao invés de aplicá-lo e ganhar com isso? Veja o v. 24. De onde veio esse medo de tentar, de arriscar? Provavelmente de uma auto imagem negativa… Este servo era do tipo de gente que diz: “Se eu fizer isso, não vai dar certo!”

Uma auto imagem negativa impede a concretização dos nossos sonhos e dos sonhos de Deus para nós. Você se lembra dos doze espias que Moisés mandou à terra de Canaã?

  • Os dez espias medrosos e pessimistas tinham uma auto imagem negativa e diziam: “Não podemos atacar aquela gente, pois é mais forte do que nós… Perto deles nós nos sentimos tão pequenos como gafanhotos…” (Nm 13.31,33). Auto imagem negativa e falta de confiança em Deus.
  • Josué é Calebe diziam: “Nós os venceremos com facilidade. O Senhor está com a gente!” (Nm 13.30; 14.9). Auto imagem positiva e confiança em Deus!

Um outro prejuízo que a auto imagem negativa causa é a destruição de relacionamentos saudáveis com Deus e com as pessoas. Gente crítica e cética consigo mesma acaba sendo crítica e cética em relação a Deus e às outras pessoas. Jó ficou assim, por uns tempos, quando passou por graves provações (Jó 3.1-3). É difícil conviver com uma pessoa que vive depreciando a si mesma.

Leia também Auto imagem. II Autoimagem positiva.

Pr. Éber César ([email protected]

Antes de votar, pense nisto!

No próximo mês de outubro, os brasileiros escolherão, mais uma vez, os seus governantes. Uma tremenda responsabilidade, mais ainda neste clima de corrupção, decepção, desconfiança e quase total ausência de candidatos carismáticos, com projetos voltados para as necessidades reais desta grande nação. Cabe-nos ouvir, indagar e votar com consciência. Como disse o ex-candidato à Presidência, Eduardo Campos: “Não vamos desistir do Brasil!”

Tenho me lembrado das normas que Deus estabeleceu para os reis de Israel no passado. A despeito do contexto monoteísta, religioso e monárquico, totalmente diferente do nosso, aquelas normas, com as devidas adaptações, aplicam-se às nossas circunstâncias, aos nossos governantes, principalmente ao Presidente da República. Estão registradas em Deuteronômio 17.14-20.

 

a)   O rei deveria ser indicado por Deus.

Ele o faria através das circunstâncias, dos profetas e da unção ou consagração. No Brasil, temos uma pluralidade de religiões, com maioria cristã (católicos e protestantes), e o estado é laico, como deve ser. Entretanto, os que crêem em Deus entendem que ele dirige todas as coisas, soberanamente, hora agindo, hora simplesmente permitindo que os homens façam o que querem, mas sempre com um propósito. Pilatos, governador da Judeia nos dias de Jesus, disse a este, antes de condená-lo injustamente: “Você não sabe que eu tenho autoridade  para libertá-lo e para crucificá-lo?”. Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não lhe fosse dada de cima…” (João 19.10-11). O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma, quando Nero era imperador, um dos mais corruptos do império: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Romanos 13.1). Alguns governos são permitidos por Deus para “castigo” ou “disciplina”… Há um pouco de verdade no dito popular: “Toda nação tem o governante que merece”. Aprendamos nossas lições, sejamos responsáveis, amemos a nação e não a nós mesmos e aos nossos interesses pessoais e egoístas. E peçamos a Deus um governante que realmente governe para o povo e leve a sério estas normas divinas… O Estado é laico mas, independentemente disto, permanece a verdade:  “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor!” (Salmo 33.12).

 

b)  O rei não poderia ser estrangeiro; teria que ser “um dentre seus irmãos”.

Um rei nacional seria mais leal à nação e entenderia melhor suas necessidades. Temos tido Presidentes e Governadores “estrangeiros” de coração e intenções, a julgar por sua falta de real interesse por seu próprio povo… O que se nota é que a maioria busca apenas poder e riqueza. Precisamos de um(a) Presidente(a) e Governadores(as) que realmente amem, escutem e sirvam seus governados… O povo esta aí nas ruas clamando!!!

 

c)  O rei não deveria ter muitos cavalos no seu exército.

Naquele contexto primitivo, a nação com muitos cavalos (como o Egito, na época) era mais forte, mais preparada para a guerra, e confiava nisto, não em Deus. Por isso, o salmista escreveu: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor… Não há rei que se salve com o poder dos seus exércitos… O cavalo não garante vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar” (Sl 33.12,16,17). Outras passagens bíblicas indicam que Deus não proíbe uma nação se de armar e de fazer guerra, se necessário, para defender sua soberania. Todavia, é insensatez confiar nas próprias armas e não em Deus, o Senhor dos Exércitos. Quantas vezes o Israel bíblico saiu vitorioso por intervenção direta e miraculosa de Deus?  Deus lhes dava a vitória!

 

d)  O rei não deverá ter muitas mulheres, pois isso o levaria a abandonar a Deus.

Em nossa cultura, não se admite bigamia e, como já lembramos, nosso Estado é laico. Então, o que permanece deste princípio, e o comportamento moral e, se casado, a fidelidade conjugal, a família bonita, o bom exemplo, a inspiração. Tem que haver um limite moral para as leis e regulamentações laicas. Há valores éticos e morais que independem desta ou daquela religião. Eles simplesmente são mais sábios e melhores para as pessoas, para o povo, para a nação.

 

e)  O rei não deveria ajuntar para si muita prata e ouro.

A ganância e a riqueza excessiva desviariam do Senhor o seu coração e o levariam a explorar o povo. Como isto se aplica ao nosso pais! Como eu disse acima, muitos dos nossos governantes (políticos) parecem ter um só interesse: fazer a própria cama! Daí os salários exorbitantes e surreais, a corrupção generalizada, os empreendimentos superfaturados, os desvios das verbas públicas, o roubo mesmo!

 

f)    O rei deveria ter consigo uma cópia da lei de Deus e lê-la todos os dias e, assim, aprender a temer o Senhor Deus e a obedecer fielmente os seus mandamentos.

Não se elege um governante porque ele tem uma Bíblia e a lê todos os dias, mas por seu caráter,  competência e liderança; e, obviamente, um governo laico não pode impor a leitura da Bíblia.  Entretanto, a julgar pela experiência de governantes e nações que levaram a sério os valores ensinados na Bíblia, é válido desejar que nossos líderes tenham a Constituição Brasileira numa de suas mãos, e a Bíblia na outra. Os que conhecem esse Livro concordam com o apóstolo Paulo, que disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (II Timóteo 3.16-17). Abraham Lincoln, um dos mais famosos presidentes dos Estados Unidos, disse: “Eu acredito que a Bíblia é a melhor dádiva que Deus deu à humanidade[…].” D. Pedro II, Imperador do Brasil, disse: “Eu amo a Bíblia, eu leio-a todos os dias e, quanto mais a leio tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo, não compreendo tais pessoas[…].” Ainda que o governante (e seus governados) não sejam cristãos, essa leitura somente lhes faria bem, aumentando sua sabedoria, aperfeiçoando seu caráter, fazendo-os mais felizes.

 

Pode parecer utopia, mas eu ficaria grato a Deus e bem mais esperançoso se nossos candidatos refletissem sobre estas normas antigas dadas a Israel, visando a escolha dos seus reis… E também se aqueles que têm fé, orassem (ou rezassem) por governantes competentes, sim, mas que também creiam em Deus, amem este grande e maravilhoso país e governem para o povo…

DEUS SALVE O BRASIL! NÃO DESISTA!

 

Pr. Éber Lenz César
Cidadão Brasileiro
[email protected]

Aprendi a viver contente

Todos sofremos perdas, enfermidades, situações adversas e até algum tipo de segregação e perseguição. O mais comum talvez sejam as críticas. Reagimos de maneiras diferentes. Há também situações favoráveis de apreciação, honra, prosperidade e bem estar, que também pedem uma atitude apropriada, sábia e humilde. Não é fácil.

Agradecendo as ofertas que os cristãos de Filipos lhe haviam enviado, o apóstolo Paulo escreveu-lhes:

“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado… Digo isto, não  por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação…” (Fp 4.10-11).

O apóstolo tivera muitos privilégios e boas oportunidades, mas também passara por circunstâncias as mais adversas, incluindo viagens difíceis, naufrágio, incompreensões, críticas, perseguições, açoites, cadeias e prisões (II Co 11.12-29). Ele estava preso em Roma quando escreveu essa carta aos Filipenses, a mais alegre do Novo Testamento. Qual era o segredo do apóstolo? Como podia viver contente em toda e qualquer situação?  Vamos ver.

1. “Aprendi…”

A primeira coisa a notar é que esse estado de espírito não acontece assim num momento, como resposta a uma única oração ou por decisão pessoal. É algo que se aprende. Nas sucessivas lutas da vida, alguns aprendem a se fechar para os outros, até para parentes, amigos e igreja; aprendem o ódio, a amargura e o queixume. Outros, como o apóstolo Paulo, passando pelas mesmas provações, aprendem a viver contentes. Vêem cada experiência, boa ou ruim, como uma oportunidade para exercitar o contentamento. Têm, portanto, uma postura positiva diante das dificuldades, uma atitude de alunos, de aprendizes; não de vítimas, de coitados.

Até porque, como escreveu o mesmo apóstolo:

“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito…  para serem conformes à imagem do seu Filho…” (Rm 8.28-29. Veja também os vs. 35-39).

2. “… a viver contente…”

É interessante notar que a palavra “contente” traduz o termo grego “autarkes”, que deu origem à nossa palavra autarquia. Significa administração ou governo autônomo, auto-suficiente, independente. Era um termo famoso dos filósofos gregos; eles primavam pela auto-suficiência, ou seja, não permitiam que as circunstâncias externas perturbassem a sua tranquilidade interior. Isso é contentamento. O filósofo Sêneca, no século IV a.C. já dizia: “Feliz é o homem que, em quaisquer circunstâncias em que se encontre, sente-se contente”.

Então, o que Paulo quis dizer aos Filipenses? Que costumava rir à toa quando enfrentava adversidades? Que nada o entristecia? Claro que não! O sofrimento incomoda! As feridas doem! Paulo só estava dizendo que as dificuldades da vida lhe haviam ensinado a controlar suas emoções; até porque sabia que Deus estava no controle, graciosamente trabalhando seu caráter e amadurecimento espiritual. O apóstolo não se impressionava muito com o que poderia ser ruim; pensava no que certamente resultaria de bem. Tanto que escreveu: “Todas as coisas cooperam para o bem…” Por isso, não se queixava, não se abatia, não desanimava, não ficava deprimido, não ficava com raiva da vida e muito menos de Deus.

3. “… em toda e qualquer situação”.

Paulo aprendeu a reagir assim em toda e qualquer situação.

“Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez…” (Fp 10.12).

Deste modo, o apóstolo lembra-nos que precisamos aprender a estar contentes, a controlar nossas emoções, a manter a sobriedade e a fé tanto numa situação de louvor e honra, como numa situação de crítica e humilhação; tanto na riqueza como na pobreza.

As duas situações são difíceis:

  • na primeira, que parece melhor, a tentação é para o sentimento de superioridade, para a vaidade e para o orgulho;
  • na segunda, tida como a pior, sentimo-nos inferiorizados, humilhados, envergonhados e nos queixamos demais.

Nos Provérbios, lemos esta oração de Agur:

“Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus” (Pv 30.8-9).

É difícil administrar uma e outra situação. Depende muito da maturidade emocional e espiritual, e do referido aprendizado. O Mestre é Jesus! Tanto que Paulo acrescentou…

4. “Tudo posso naquele que me fortalece!”

Este versículo (Fp 4.13) é ainda mais conhecido e, às vezes, mal interpretado. As aplicações mais comuns são: Porque eu sou de Jesus, eu posso tudo: TER, FAZER, ADQUIRIR, CONQUISTAR, PROSPERAR! Não é nada disso! Interpretado dentro do seu contexto, este versículo significa: Tudo posso ADMINISTRAR porque Jesus me fortalece!

Paulo aprendeu, porque Cristo era o seu Mestre; vivia contente porque que Cristo estava no controle; em toda e qualquer situação porque em todas elas tinha consciência da presença e do amor de Cristo.

Boa coisa para se aprender! Estamos aprendendo!

 

Pr. Éber Lenz César
Mensagem publicada no Boletim da Igreja Presbiteriana de São Crtistóvão, em 18/08/2013

 

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