IV. Tempo de renovar a piedade
O Apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo: “Exercita-te, pessoalmente, na
IV. Tempo de renovar a piedade
O Apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo: “Exercita-te, pessoalmente, na
V. Tempo de renovar com a igreja
Pense em algum convite importante que você recebeu no transcorrer
…faça melhor em 2013! Nos livros e principalmente na Internet,
Natal – Histórias do Natal. IV. O nascimento de Jesus
Lucas 2.1-7 Para muitos, o Natal não passa de uma
Alegrar-se com a morte? Com a de Jesus também?
Quem se alegra com a perspectiva de morte, seja a
A mensagem dos cristais de neve
Wilson Bentley foi um fazendeiro e meteorologista estadunidense de Vermont,
O estudo das Histórias Bíblicas sempre me encantou. A de
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência,
Ronald Sider escreveu um livro com um título intrigante: “O
O Apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo:
“Exercita-te, pessoalmente, na piedade…” (I Tm 4.7-8).
Piedade, nesse contexto, é comunhão com Deus e com Cristo, cheia do Espírito, relações que já estudamos anteriormente. Estas relações transformam o indivíduo, santificam, abençoam.
O apóstolo põe lado a lado o exercício físico e o exercício da piedade. Lembra que “o exercício físico para pouco é proveitoso”. Afinal, por melhor que seja o seu resultado, o corpo envelhece, adoece e morre! Ao contrário, “a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser”. Veja alguns itens dessa promessa, as vantagens da piedade:
(a) maior comunhão com Deus, com Cristo e com os irmãos;
(b) força para vencer as tentações e superar os reveses da vida;
(c) sabedoria, orientação, objetivo;
(d) amor, paz, alegria e muito mais;
(e) sucesso, o verdadeiro sucesso;
(f) galardões na “vida que há de ser”, ou seja, na eternidade.
Podemos seguir com esta comparação entre exercício físico e exercício da piedade e traçar uma analogia entre o modo de um e de outro. Ambos se fazem com alimentação adequada, rejeitando vícios e evitando o sedentarismo. A piedade, claro, se exercita com o alimento espiritual, a Palavra de Deus cuidadosamente estudada ou pregada; rejeitando-se os vícios das interpretações descuidadas e tendenciosas de textos fora do contexto; e evitando-se o sedentarismo eclesiástico, mais comumente identificado com a alcunha “crente de banco de igreja”, aquele que frequenta a igreja, ouve as pregações, mas não participa de nenhum ministério, não faz nada.
Os crentes fracos, desnutridos e sedentários precisam exercitar a piedade. Em harmonia com o nosso tema, Tempo de Renovar, podemos dizer que precisam renovar com a Bíblia, com a oração e com a igreja. Nesta mensagem, vamos refletir sobre a renovação com a Bíblia e com a oração. Na próxima mensagem, vamos falar brevemente sobre a renovação com a igreja.
Piedade e renovação espiritual geralmente começam com a retomada da leitura e estudo da Bíblia. Foi assim nos dias do rei Josias, de Judá. Seus antecessores, o rei Manassés (seu avô) e o rei Amom (seu pai) fizeram “o que era ma perante o Senhor”, levando o povo de Deus ao pecado e à idolatria; a uma tremenda crise espiritual (II Re 21). Josias foi diferente. “Fez ele o que era reto perante o Senhor…” (II Re 22). Para começar, ele mandou reparar o templo. Durante as obras, o sumo sacerdote encontrou o Livro da Lei e o passou às mãos do escrivão Safã, que o leu diante do rei (II Re 22.8-9). Depois, o rei reuniu o povo e mandou ler o livro diante de todos. A certa altura “o rei se pôs em pé… e fez aliança ante o Senhor, para o servirem, guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, cumprindo as palavras desta aliança, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo anuiu a esta aliança” (II Re 23.1-3). Isto é renovação! Isto é avivamento! Acontece quando a Bíblia, esquecida e empoeirada, sai da estante ou da gaveta e vai para a mente e o coração!
Queremos a renovação da igreja, não queremos? Para tanto, depois de tudo o que já se disse sobre a renovação com Deus, com Cristo e com o Espírito, lembremo-nos de que precisamos também e ao mesmo tempo, renovar com a Bíblia; lê-la diariamente, estudá-la mesmo, com cuidado (Sl 1; Sl 119.97-105). E não perder os estudos ministrados na Escola Bíblica Dominical e os sermões pregados nos cultos.
Como é difícil orar! Não temos aquela disposição para a pura contemplação espiritual dos orientais; somos muito apressados e estressados; muitos têm grande disposição para ver televisão, assistir uma partida de futebol, mas para orar… Bate um sono, uma preguiça. Certamente por falta de interesse!
Os discípulos viram Jesus orando e lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar…” (Lc 11.1). Não sabiam, não como Jesus! Também lemos em Rm 8.26 que “o Espírito nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém…”
Precisamos redefinir nosso conceito de oração, lembrando que:
(a) Orar é, antes de tudo, estar com Deus;
(b) A oração ajuda-nos a conhecer a vontade de Deus e a nos submetermos à mesma, como Jesus no Getsêmani (Mt 26.39,42);
(c) A oração renova a nossa vida espiritual;
(d) A oração, por assim dizer, abre as janelas do céu!
Além disso, precisamos orar com mais regularidade (Dn 6.10); com mais intensidade (Cl 4.12); com mais fé (Tg 1.5-7); com mais objetividade e altruísmo (Tg 4.2-3). Que tal uma experiência bem consciente, por três meses?
Pense em algum convite importante que você recebeu no transcorrer de sua vida. Pra que foi? Aquele convite o alegrou? Por que?
Agora veja o que disse o rei Davi, no Salmo 122:
“Alegrei-me quando me disseram: Vamos à casa do Senhor” (v.1).
Você tem sido convidado para reuniões em alguma igreja, no templo ou em algum outro lugar utilizado para este propósito? Percebeu a importância e o privilégio do convite? Alegrou-se com o mesmo? Aceitou-o?
O convite é e Deus, de Cristo! (Mt 11.28). Já pensou? O Espírito Santo faz-nos conscientes do mesmo falando ao nosso coração. Nós o percebemos quando alguém nos transmite o recado divino, e, de algum modo, pensamos: “Até que eu gostaria… Estou precisando…” Todos temos sede de Deus, mesmo quando não a identificamos muito bem. Mas… Sempre há conflito de interesses ou preconceitos, quando não decepções sofridas com a igreja, com a fé e até mesmo com Deus. Relutamos! Esse é o momento para renovar com a igreja!
Antes de tudo, é preciso lembrar que a palavra igreja traduz o termo grego eclesia, que, no mundo greco-romano, designava a assembleia de cidadãos convocados e reunidos na praça para ouvir os decretos do rei ou para outros fins. Os autores sagrados usaram-no para designar o povo que crê em Jesus e se reúne para ouvir sua Palavra e adorar a Deus (At 9.31). Portanto, é importante entender que igreja é gente; não um edifício ou templo.
Há a igreja universal (ou global), espalhada pelo mundo. Esta inclui os cristãos verdadeiros de todos os tempos. Há também a igreja local, que reúne os cristãos de uma determinada área geográfica e que é expressão da igreja global. Os membros da igreja têm consciência uns dos outros, e certa comunhão, a chamada comunhão dos santos. De fato, o apóstolo Paulo referiu-se à igreja como sendo a família de Deus (Ef 2.19).
Formada de gente, gente com defeitos e pecados, a igreja também os tem, claro. Se somos realmente cristãos, se nos arrependemos dos nossos pecados e cremos em Cristo, recebendo-o como nosso Salvador e Senhor, fomos perdoados e transformados, mas ainda temos defeitos e pecamos. Assim sendo, não há porque criticar e ausentar-se da igreja porque esse ou aquele irmão pecou. A Bíblia nos ensina o que fazer, neste caso:
“Não julguem, para que vocês não seja julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês. Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão: ‘Deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando há uma viga no seu? Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Mt 7.1-5, NVI).
“Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir,leve consigo mais um ou dois outros, de modo que qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele recusar ouvir também à igreja, trate-o como pagão ou publicano” (Mt 18.15-18. NVI).
“Irmãos, se alguém for surpreendido em algum pecado, vocês, que são espirituais, deverão restaurá-lo com mansidão. Cuide-se, porém, cada um para que também não seja tentado. Levem os fardos pesados uns dos outros…” (Gl 6.1-2. Ver Tg 4.11. NVI).
Contudo, a igreja está sendo aperfeiçoada. “Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse… para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa… santa e sem desfeito” (Ef 5.25-27). O aperfeiçoamento da igreja está em processo. É obra de Cristo, pelo Espírito Santo. Paulo escreveu à igreja e Filipos: “Aquele que começo a boa obra em vós, há de completá-la até ao dia de Cristo” (Fp 1.6. Ver I Jo 3.2).
Se é assim, por que criticar a igreja? Por que apontar defeitos? Não os temos todos? Além disso, estamos sendo aperfeiçoados… Com o martelo da Palavra e o cinzel do Espírito, o Divino Escultor trabalha nossos corações e nossa vida. Quer moldar-nos segundo a sua própria imagem! (Ver Rm 8.29. Ef 4.11-13). Portanto, não se ausente da igreja. Tenha paciência consigo mesmo e com os outros. Deus está trabalhando…
Além do que já foi dito, e esboçando, concluo com algumas respostas a esta pergunta. Leia os textos bíblicos indicados.
1) Porque a igreja é ideia de Deus. Foi uma boa ideia? O que você diz?
2) Porque Cristo amou a igreja e se entregou por ela…” (Ef 5.25).
3) Porque os primeiros cristãos, discípulos de Jesus, reuniam-se como igreja e em cada lugar estabeleciam novas igrejas (At 2)
4) Porque os atos de culto, principalmente a pregação, nos alimentam espiritualmente, nos confortam e nos fortalecem para as lutas da vida.
5) Porque abandonar a igreja reflete problemas espirituais, emocionais e relacionais. Exemplos: Perda de perspectiva, do sendo se prioridade, do primeiro amor; frieza espiritual, descaso; discórdias, ressentimentos…
Assim sendo, “Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns…” (Hb 10.25)
Pr. Éber Lenz César – [email protected]
No ano 42 d. C., em Antioquia, na Síria, os discípulos de Jesus foram chamados “cristãos” pela primeira vez! Eram seguidores de Jesus! Procuravam viver como Jesus Cristo lhes havia ensinado, e se pareciam com ele; tinham um compromisso bem firmado com a causa de Cristo, mesmo quando isto lhes custava perseguição e morte!
Ah, se os “cristãos” de hoje pudessem ser reconhecidos como “discípulos” ou “seguidores” de Cristo! Em nossos dias, ser “Cristão”, na maioria dos casos, não significa mais que uma identificação religiosa formal; uma informação ao IBGE. Uma pena! Todavia, Jesus ainda convida: “Segue-me!” Como? Vamos ver como alguns seguiram a Jesus, em sua época, casos negativos e positivos.
Jesus percorria aldeias e cidades, fazendo o bem e pregando. Via as pessoas cansadas, sofridas, e lhes dizia: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei” (Mt 11.28). Às vezes, dizia apenas: “Segue-me!” Muitos não entendiam a natureza e propósito deste convite. Alguns seguiam-no por interesse, esperando tirar vantagem da fama e suposta boa situação financeira de Jesus. Houve ocasiões em que Jesus precisou lembrar-lhes que era pobre e não tinha nem onde reclinar a cabeça (Lc 9.57-58). Ainda hoje, quantos buscam a Deus, vão a Jesus e às igrejas somente quando em aflição, para receber bênçãos, não necessariamente para amar, adorar, obedecer e servir ao doador das bênçãos! Ver Jo 6.26.
Alguns contemporâneos de Jesus, quando ouviam seu convite, respondiam: “Seguir-te-ei, Senhor; mas deixa-me primeiro…” Mencionavam, então, algum dever ou necessidade legítima (Lc 9.59, 61). Uma contradição em termos, porque se Jesus é Senhor, ele tem prioridade! Até porque, se a vida é do estilo “Jesus primeiro”, tudo o mais será feito ou experimentado de modo mais santo, perfeito e prazeroso. A decisão por este estilo de vida não é só prioritária; tem que ser bem firmada,
“Buscai primeiro o reino de Deus… e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).
“Ninguém que, tendo posto a mão no arado, olha para trás é apto para o reino de Deus” (Lc 9.62).
Na parábola da Grande Ceia (Lc 14.15-24), Jesus compara a vida cristã e suas implicações, incluindo a consumação de tudo, no céu, a um banquete, estando ele à mesa. Inexplicavelmente, os primeiros convidados não se aperceberam do privilégio do convite:
“todos, à uma, começaram a escusar-se… Comprei um campo e preciso ir vê-lo… Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las… Casei-me e, por isso, não posso ir…” (vs. 18-20).
Perderam! Acontece ainda hoje! Como as pessoas têm desculpas… E como vão perdendo… banquetes… com Jesus! Perdendo alegria, paz, vigor espiritual, vitória, oportunidades de servir!
Na noite em que Jesus foi preso e julgado, “Pedro o seguiu de longe…”. Acabou negando a Jesus três vezes… (Mt 26.58, 69-72).
No dia 20 de abril de 1999, atiradores entraram numa Universidade americana e começaram a atirar, matando professores e alunos. Um dos atiradores aproximou-se de uma jovem, chamada Cassie Bernall, e, ameaçando-a, perguntou-lhe: “Você crê em Jesus? Se disser que sim, você vai morrer…” Cassie repondeu: “Sim, eu creio em Jesus!” E morreu em seguida.
Lendo a Bíblia, ouvindo uma pregação, vivenciando uma situação difícil você já ouviu o amoroso convite de Jesus? Sentiu, alguma vez, uma inclinação ou forte desejo de aproximar-se de Deus e de Cristo, orar, entregar-lhe sua vida? Como tem respondido ao chamado de Jesus? Ninguém mais pode perdoar seus pecados, dar-lhe paz, alegria e esperança como Jesus. Precisamos disso! Mas, é preciso segui-lo comprometidamente. Tem que ser Jesus primeiro! Ou nada feito. Significa também amar e obedecer! Ele disse aos seus primeiros seguidores:
“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, esse é o que me ama… Se alguém me ama, guardará a minha palavra… Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando” (Jo 14.21, 23; 15.14).
Nada mais seguro para nós, posto que seus seus ensinos e mandamentos são o melhor para nós! Siga a Jesus em 2013, e sempre!
Éber Lenz Cesar [email protected]
A passagem de ano é data importante. Famílias e amigos reúnem-se para festejar, comer e se abraçar. Há também os fogos de artifício em lugares públicos. Tudo muito certo, muito lindo! Não se pode negar, porém, que, mesmo festejando, todos temos lá alguns lanpejos de sobriedade, de seriedade, de pesar, de preocupação. Afinal, estamos terminando uma etapa da nossa vida e começando outra. Sabemos que nem tudo transcorreu muito bem no ano findo. Como será o Ano Novo?
Se, antes ou depois dos comes e bebes e dos fogos de artifício, tivéssemos um momento para reflexão, análise e esperanças, em que pensaríamos? O que diríamos? O mundo não acabou no 21 de dezembro… Mas está doente, com febre alta! (Que calor!). A humanidade não vai nada bem, a despeito dos avanços científicos e tecnológicos. Em todas as culturas predominam a maldade, o egoísmo, o interesse próprio, a corrupção, a imoralidade, o crime, as drogas, enfim, o pecado. As ralações humanas são extremamente difíceis; os casamentos não duram senão poucos anos, ou nem isso. O consumismo e o desperdício em alguns países contrasta fortemente com a pobreza, a miséria e a fome em muitos outros. Nas grandes cidades, vêem-se, lado a lado, condomínios de luxo e favelas; há muita gente dormindo na rua, debaixo dos viadutos e das marquises… Isto nos incomoda! Ao que parece, a doença mais comum hoje em dia não é o câncer, nem a AIDS. É a ansiedade. Os ricos e famosos querem sempre mais, e vivem com medo de assalto e de sequestro; os da classe média que ainda estão empregados, têm medo dos assaltos também, mas temem ainda mais a perda do emprego; os da classe baixa, vivem como podem, sempre perguntando: “Que comeremos? Que beberemos? Com que nos vestiremos?” (Mt 6.31).
Por tudo isto, nesta passagem de ano, será muito oportuno recordarmos alguns textos bíblicos que falam da provisão de Deus e de Cristo. Estas passagens ensinam que Deus provê nossas necessidades básicas e nos conduz pelos caminhos da vida. São muitos textos. Vou vitar apensa alguns, os mais conhecidos, e sem maiores comentários.
“Seja a vossa vida sem avareza. Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei…” (Hb 13.5).
“O meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há se suprir, em Cristo, cada uma das vossas necessidades” (Fp 4.19).
Deus supre nossas necessidades através do nosso trabalho ou através das pessoas. Mas, faltando o trabalho, falhando as pessoas, ele muitas vezes o faz por meios sobrenaturais. Se desejar, leia os textos indicados a seguir:
• No deserto, Deus alimentou Israel com o maná, o pão que caia do céu (Êx 16.4,11-15,35).
• O frofeta Elias, em circunstâncias especiais, foi sustentado por corvos, que lhe traziam pão e carne (I Re 17.2-16).
• Através do profeta Eliseu, Deus multiplicou o azeite de uma viúva (II Re 4.1-7);
• Faltando vinho nas bodas de Caná da Galiléia, Jesus transformou água em vinho (Jo 2.1-11).
• Jesus multiplicou pães e peixes para alimentar uma multidão (Mt 14.15-21).
• Jesus fez acontecer a pesca maravilhosa que supriu os discípulos (Jo 21.3-6).
• No Sermão do Monte, Jesus condenou a ansiedade dos que ficam dizendo “Que comeremos? Que beberemos? “Com quer nos vestiremos?”. E lembrou: “Deus sabe que necessitais dessas coisas!” (Mt 6.25-34).
As provisões de Deus e de Cristo para nós não são materiais apenas, mas também emocionais e espirituais. Ele provê conselho e alegria: “Bendito o Senhor que me aconselha…” (Sl 16.7). O Salmista declarou, numa oração: “…na tua presença há plenitude de alegria… delícias perpetuamente” (Sl 16.11). Deus também provê ajuda para vencermos as tentações:
“Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (I Co 10.13).
Nos Evangelhos, Jesus prometeu “vida abundante”, ou seja, realizada, satisfatória, feliz (Jo 10.9-11); prometeu dar alívio aos “cansados e sobrecarregados” (Mt 11.28); prometeu dessedentar o sedento, alimentar o faminto, no sentido espiritual (Jo 4.14; 6.35); como Luz do mundo, ele prometeu guiar e iluminar a vida dos que dele se aproximam (Jo 8.12).
Cito ainda duas passagens que me têm sido de grande ajuda através dos anos:
“Eu, o Senhor, teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas que eu te ajudo” (Is 41.13-14).
“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.6-7).
Nesta passagem de ano, e por todo o Ano Novo, senão por toda a vida, renove sua fé em Deus e no Senhor Jesus Cristo. Deus o ama, e prometeu suprir cada uma das suas reais necessidades, sejam elas materiais, emocionais ou espirituais. Nada de ansiedade, portanto. Confie nele.
Jesus, o Filho de Deus, veio ao mundo para salvar-nos. Ele morreu na cruz por nós, levando sobre si os nossos pecados. Ele é a Água da vida, o Pão da vida, a Luz do mundo… Confie nele. Ame-o mais que a qualquer outra pessoa ou coisa. Viva para ele. E seja feliz.
Pr. Éber Lenz César.Nos livros e principalmente na Internet, encontramos listas de pensamentos e bons conselhos para o Ano Novo. Geralmente enfatizam as relações humanas e certos cuidados pessoais. Tudo muito importante. Todavia, reparei que o principal nem sempre é lembrado ou colocado em primeiro lugar. É isto que pretendo fazer nesta minha listinha.
Isto é o principal, do que depende tudo o mais. Trata-se do chamado “temor do Senhor”, tantas vezes referido na Bíblia. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria” (Pv 9.10). Temor, aqui, não é medo propriamente, mas consciência da presença e da vontade de Deus; santa reverência; consciência de que havemos de prestar contas…
Não da boca para fora, declarando-se cristão como quem se declara flamenguista, corintiano, vascaíno… Ou somente para não ser contabilizado pagão, muçulmano ou budista. Crer em Jesus é muito mais que simplesmente acreditar na história de Jesus; é confiar, amar e obedecer. E isto na certeza de que ele morreu na cruz por nossos pecados, ressuscitou, está vivo, salva e transforma os que crêem nele; é preciso aceitá-lo como Salvador e Senhor. O amor faz toda a diferença, pois como disse o próprio Jesus: “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos.” (João 14.15). E também: “Se alguém me ama, obedecerá à minha palavra. Meu Pai o amará, nós viremos a ele e faremos morada nele” (Jo 14.23). Que promessa! Que privilégio! Que felicidade! A Trindade habita o cristão e o dirige por meio do Espírito Santo! (João 14.16).
A Bíblia é a Palavra de Deus. No Salmo 19, o rei Davi, repetidas vezes, usando termos e figuras diferentes, exalta o valor das Escrituras Sagradas: “A lei do Senhor é perfeita e revigora a alma… Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração… São mais desejáveis do que o ouro… são mais doces do que o mel…” (Sl 19.7-10). No Salmo 119, um outro salmista declara, numa oração: “A tua Palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho” (v.105). É uma pena que tantos que se dizem cristãos não lêem a Bíblia, não a estudam regularmente. Juntamente com o estudo Bíblico, devemos praticar a oração, que é nossa conversa com Deus. Orações espontâneas, sinceras; orações de adoração, de gratidão, de confissão, de súplica, de intercessão. Que resultados alcançaríamos se, no Ano Novo e sempre lêssemos um trecho da Bíblia e orássemos todos os dias, de preferência pela manhã. “De manhã ouves, Senhor, o meu clamor; de manhã te apresento a minha oração e aguardo com esperança… Conduze-me, Senhor… aplaina o teu caminho diante de mim” (Salmo 5.3,8).
Igreja é assembléia, é povo reunido para adorar a Deus, ouvir sua Palavra e servir à comunidade. Não há e nunca houve igrejas perfeitas, nem no começo, na época de Cristo e dos apóstolos. Todavia, “Cristo amou a igreja e entregou-se por ela” (Ef 5.25). Se ele que era perfeito amou a igreja a ponto de dar a vida por ela, por que tantos somente censuram a igreja e recusam-se a assumir qualquer compromisso com a mesma? Há, sim, igrejas que se desviaram da sã doutrina, tornaram-se extravagantes na forma de cultuar e excessivamente liberais, mas há igrejas que, mesmo não sendo perfeitas, são bíblicas, equilibradas, acolhedoras, missionárias. Frequente uma dessas igrejas, com compromisso; participe dos cultos; ame os irmãos; use seus talentos e dons para servir à igreja e, com esta, à comunidade.
Jesus ensinou que o primeiro e maior mandamento é amar a Deus. Este amor envolve o referido temor do Senhor, a obediência a Cristo; o apego à Bíblia, a vida de oração. Entretanto, Jesus ensinou também que o segundo maior mandamento é o amor ao próximo. Amar o próximo e fazer o bem é um princípio repetido quase à exaustão. Praticamos? Quanto egoísmo, quanto exclusivismo, quanta maledicência, quanta omissão existe em nossa sociedade! Sejamos diferentes, provemos que pode ser diferente! Afinal, somos “sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5.13-16).
Não seja sensível demais, magoando-se por qualquer motivo. E se de algum modo for prejudicado, ofendido ou entristecido, lembre-se de que Jesus, “quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça” (I Pedro 2.23). O apostolo Paulo recomendou: “Livrem-se de toda amargura, indignação e ira… Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Gálatas 4.31-32). Isto é tanto mais importante na família, entre marido e mulher, pais e filhos.
Com amor, cortesia, delicadeza; elogiando e encorajando. Se tiver que corrigir, faça-o com humildade e brandura (Gálatas 6.1). Independentemente do seu temperamento (extrovertido ou introvertido), procure ser simpático, agradável, amigo; não fale demais; ouça também; dê importância; guarde confidências; seja respeitoso e prudente.
Como se diz, não conte com o ovo que a galinha ainda não botou; não gaste mais do que ganha; pague em dia as suas contas; tenha cuidado ao usar o cartão de crédito; faça de tudo para evitar dívidas. Não entre na onda do consumismo desenfreado. Estude o que a Bíblia ensina sobre dinheiro e bens, ricos e pobres e sobre a alegria da generosidade. Exemplo: I Timóteo 4.8-10, 17.
Pr. Éber Lenz Cesar ([email protected])
Para muitos, o Natal não passa de uma reunião de família, de comes e bebes, de troca de presentes. Não nos esqueçamos, porém, de que o Natal é a data em que se comemora o nascimento de Jesus, o Salvador do mundo. A ocasião é própria para uma revisão da história desse nascimento extraordinário e para uma reflexão sobre o seu significado. É o que estamos fazendo nestas primeiras mensagens desta série baseada no evangelho de Lucas. No texto acima indicado, este evangelista especifica o tempo, o lugar e o modo do nascimento de Jesus.
Paulo escreveu aos Gálatas:
“… vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher…” (Gl 4.4).
O texto de Lucas mostra que, de fato, Jesus nasceu na “plenitude do tempo”, isto é, no tempo oportuno, no tempo determinado por Deus.
O evangelista refere-se a César Augusto (v. 1). Este Augusto, anteriormente chamado Otávio, derrotou Antônio e Cleópatra, em Accio, apoderou-se do nascente Império Romano e se tornou o seu primeiro grande Imperador.
Ora, o Império Romano foi o quarto grande império desde os dias de Nabucodonosor, rei de Babilônia. Em Daniel 2, lemos acerca do sonho desse grande rei. Ele sonhou com
“uma grande estátua… A cabeça era de fino ouro, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze; as pernas de ferro, os pés em parte de ferro, em parte de barro… Um pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou. Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro… Mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou em grande montanha que encheu toda a terra” (Dn 2.31-35).
A interpretação foi dada por Daniel, e foi a seguinte: A cabeça de ouro da estátua representava o Império Babilônico; o peito e os braços de prata representavam o Império Persa, que substituiria o Babilônico; o ventre e os quadris de bronze seriam o Império Grego, que sucederia ao Persa; as pernas e os pés de ferro e barro representavam o Império Romano, que, com sua força e suas fraquezas, seguiria o Império Grego. Quanto à pedra cortada sem auxílio de mãos, e que derrubou a estátua e se transformou numa
“grande montanha que encheu toda a terra”, Daniel disse: “Nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído… esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Dn 2.37-45).
Esta é uma das mais extraordinárias profecias bíblicas concernentes ao advento do Messias, do Cristo e do Seu Reino eterno (Ver Mr 1.14-15; Mt 12.28). Portanto, o nascimento de Jesus ao tempo de César Augusto cumpriu o sonho de Nabucodonosor e indica que o Rei dos reis nasceu “na plenitude do tempo”.
O profeta Miquéias havia predito que o Messias nasceria em Belém da Judéia
“E tu, Belém-Efrata… de ti me sairá o que há e reinar em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade…”(Mq 5.2. Ver e Mt 2.4-6).
“Belém” significa “casa do pão”, e era, portanto, o lugar apropriado para nascer aquele que diria: “Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome…” (Jo 6.35). Belém era a “cidade de Davi” (Jo 7.42). Jerusalém também era “cidade de Davi” , mas porque o rei a tomou à força e a fez capital do seu reino; Belém era a “cidade de Davi” porque este rei nasceu ali e, quando jovem, humilde, apascentou, nas campinas da cidade, as ovelhas de seu pai. Jesus nasceu humildemente em Belém para ser o “Bom Pastor” e cuidar das ovelhas de Seu Pai (Jo 10.14-15).
“Estando eles ali, aconteceu completarem-se-lhe os dias, e ela deu à luz o seu filho, enfaixou-o e o deitou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria” (Lc 2. 6-7).
Cada frase é importante e tem profundo significado. Veja:
Há pouco mais de 2000 anos, viveu aqui na terra um homem diferente de todos os demais. Este homem foi concebido miraculosamente no ventre de uma virgem; nasceu num estábulo, foi criado na pobreza, numa cidade pequena e obscura; nunca viajou para muito longe; apenas duas vezes cruzou as fronteiras do seu pais, uma na infância e outra quando adulto. Seus pais não eram ilustres e não tinham preparo; apesar disso, ele foi visto com os mestres quando tinha apenas doze anos de idade; ouvia-os e interrogava-os, e todos se admiravam da sua inteligência e das suas respostas. Nunca estudou medicina, mas curou multidões de enfermos e tranqüilizou inúmeros corações aflitos, como nenhum medico ou conselheiro jamais o pôde fazer. Alem disso, ele andou sobre o mar como se estivesse em terra firme, acalmou tempestades e multiplicou pães e peixes…
Este homem nunca escreveu um livro; contudo, há livros sem conta escritos sobre a sua pessoa. Não escreveu um hino sequer; todavia, mais cânticos têm sido escritos e cantados sobre ele do que sobre qualquer outro assunto.
O nome dos grandes estadistas da Grécia e de Roma, e os nomes dos mais notáveis cientistas, filósofos e teólogos tiveram os seus dias e passaram, mas o nome desse homem cresce mais e mais. Ele morreu, sim, mas ressuscitou! E ainda está vivo! A morte não o pôde destruir, o tumulo não o pôde conter!
Quão grande foi a sua condescendência! O salto foi imenso: do céu infinito para o ventre de uma mulher; da destra do trono de Deus para a manjedoura do estábulo; do cimo da glória para a maior humilhação; da preeminência para a obscuridade; da posição de Filho para a de Servo. Pois ele “… a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens…” (Filipenses 2.7-9). Vestiu-se de humanidade para que nós pudéssemos vestir-nos de divindade; fez-se Filho do homem, para que nós pudéssemos ser feitos filhos de Deus; era rico, mas fez-se pobre por amor de nós, para que pela sua pobreza nos tornássemos ricos (II Coríntios 8.9).
Este homem não veio ao mundo para erradicar a pobreza, a fome e as doenças. Ele próprio foi “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Isaías 53.3). Não veio para afastar o Tentador dos nossos caminhos. Ele mesmo “foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança” (Hebreus 4.15). Este homem, JESUS CRISTO, veio ao mundo com um único objetivo: salvar-nos dos nossos pecados, reconciliar-nos com Deus e dar-nos vida, a verdadeira vida. Ele disse: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (João 10.10).
Você o conhece? Você já tem esta vida? Já o recebeu em seu coração como Salvador e Senhor?
Traduzido, resumido e adaptado de Christian Digest, por Éber Lenz Cesar
Quem se alegra com a perspectiva de morte, seja a própria ou a de um ente querido? E se nos reportarmos ao primeiro século e pensarmos na morte anunciada de Jesus? Quais teriam sido os sentimentos do próprio Jesus e dos seus parentes e amigos, daqueles que o amavam e seguiam? Tristeza, certamente. Mesmo?
Jesus entristeceu-se, sim, “até à morte” (Mt 26.38). Mas também mencionou motivos de contentamento, como vamos ver. Seus discípulos, por outro lado, ficaram tristes, decepcionados, frustrados… Somente isto. Jesus lhes dissera, dias antes:
“O Filho do Homem está para ser entregue nas mãos dos homens; e estes o matarão; mas, ao terceiro dia, ressuscitará. Então, os discípulos se entristeceram grandemente” (Mt 17.22-23).
Agora, na véspera de sua crucificação, Jesus lhes diz:
“Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai, pois o Pai é maior do que eu” (Jo 14.28).
Ou, como traduz Eugene Peterson, em A Mensagem:
“Se vocês me amassem, estariam contentes pelo fato e eu estar voltando para o Pai, porque o Pai é o alvo e o propósito da minha vida”.
O que temos aqui são perspectivas diferentes da cruz. Como Jesus via a cruz, a própria morte? Como os discípulos encararam, pelo menos até então, a morte de Cristo?
Ao que parece, a tristeza dos discípulos foi unilateral e egoísta. Eles criam que Jesus era o Messias, mas, como todos os judeus, erradamente esperavam que, como tal, Jesus os libertaria do jugo do império Romano e restabeleceria o poder político e militar de Israel. A cruz não batia com essa esperança messiânica… Estavam decepcionados. Além disso, eles haviam renunciado a muitas coisas para seguir a Jesus. Esperavam algo em troca, um futuro mais promissor. De fato, num outro contexto, de vantagens financeiras, Pedro já havia dito: “Eis que nós tudo deixamos e te seguimos; que será, pois, de nós? (Mt 19.27). Outra decepção! Parece até com os sentimentos e preocupações que externamos quando morre um amigo que nos garantia certas vantagens, ou, pior, quando perdemos o cônjuge… Que a tristeza e a dor (inevitáveis) resultem do amor sincero e da saudade antecipada. E seja equilibrada com aquela alegria que Jesus desejou ver nos seus discípulos. “Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o Pai…” Antes de examinarmos, no contexto, a razão desta alegria, arrisco uma interpretação. Gentilmente, Jesus estaria, sim, questionando o amor dos seus discípulos, pois estavam sendo egoístas. Mas vejo também ajuda e conforto nas palavras de Jesus. Ele queria que seus discípulos vissem a cruz pelo lado bom… bom para ele, Jesus! Algo assim como o que dizemos aos amigos e irmãos que acabam de perder um ente querido, cristão: “Veja por outro lado… Ele(a) está no céu com o Pai e com Cristo! E a Bíblia diz que lá é incomparavelmente melhor…” (Fl 1.21-23). Mas, então, de acordo com Jo 14.28-31, qual foi o “lado bom” da cruz, na perspectiva de Jesus?
Encarnando-se neste mundo, sujeitando-se às condições humanas, Jesus abdicou temporariamente de sua glória celestial e eterna. Sua missão redentora, ele bem o sabia, incluía morrer pelos pecadores, fazer expiação por seus pecados. Seria um tremendo sacrifício, mas ele antevia o resultado (Is 53.10-11) e, também, o retorno àquela glória. De fato, chegando a hora, ele orou, dizendo: “Eu te glorifiquei na terra consumando a obra que me confiaste para fazer; e agora, glorifica-me, ó Pai, contigo mesmo, com a glória que eu tive junta de ti, antes que houvesse mundo” (Jo 17.4-5). A cruz seria o clímax da humilhação; mas, em seguida, viriam a ressurreição e a ascensão, ambas significando exaltação e glorificação. O apóstolo Paulo o descreve muito bem em Fp 2.5-11.
Com a intenção clara de fortalecer a fé dos seus discípulos, Jesus antecipou o que estava por acontecer: Judas o trairia; Pedro o negaria; ele seria açoitado e, por fim, crucificado; ressuscitaria no terceiro dia, subiria ao céu e lhes mandaria um outro Consolador, o Espírito Santo. Tudo aconteceu exatamente como Jesus disse que aconteceria. Confusos, os discípulos nem sabiam o que pensar ante a perspectiva da morte de Jesus, mesmo observando o cumprimento seguido dessas profecias. Mas a ressurreição foi demais! Decisiva mesma! (Lc 24.8).
Referia-se a Satanás que, conforme relatado no capítulo anterior, entrara pela brecha que Judas lhe abriu no próprio coração (Jo 13.27). Agora, Judas está a caminho para trair a Jesus e o entregar. Satanás é chamado “príncipe do mundo” porque domina sobre os que ainda não se submeteram a Cristo (At 26.18). Na cruz, seria travada a batalha decisiva entre Cristo e Satanás; o descendente da mulher esmagaria a cabeça da serpente (Gn 3.15). O bem triunfaria sobre o mal!
A cruz é a prova maior do amor de Deus por nós (Rm 5.8; I Jo 4.9-10). Mas é também a prova maior do amor de Jesus ao Pai. Note que seu amor expressava-se em obediência (Fp 2.8). A cruz, claro, é, também, a prova maior do amor de Cristo aos seus discípulos de todos os tempos (Jo 10.11; 15.13).
Pr. Éber Lenz César [email protected]
Wilson Bentley foi um fazendeiro e meteorologista estadunidense de Vermont, pioneiro da microfotografia dos cristais de neve. Em 1931 ele publicou um livro intitulado Snow Crystals (Cristais de Neve). Sua obra, com inúmeras micro fotos em preto e branco, ilustrando as diferentes formas desses cristais, é referência ainda hoje. Depois de fotografar milhares de cristais de neve, Bentley observou que:
• Não há dois cristais iguais
• Todos são de um padrão formoso
• Todos são hexagonais
Os cristais de neve, como tudo o mais, são controlados por Deus. O justo Jó exaltou a Deus, dizendo:
“Com sua voz troveja Deus maravilhosamente; faz grandes coisas que não compreendemos. Porque ele diz à neve: Cai sobre a terra…” (Jó 37.5-6).
E o salmista:
“Ele envia as suas ordens à terra… dá a neve como lã e espalha a geada como cinza” (Sl 14715-16. Ver 148.7-8).
Tente imaginar quantos bilhões, trilhões ou quatrilhões de cristais de neve caem sobre uma pequena extensão de terra durante uma curta tempestade, sendo que cada cristal tem um formato específico e sua própria beleza, sem duplicata… Impressionado, A.J. Pace, famoso desenhista cristão evangélico, contemporâneo de Bentley, perguntou-lhe como ele explicava essa infinita variedade e beleza dos cristais de neve. Bentley, encolhendo os ombros, respondeu: “Somente o Artista que os desenhou pode explicar!”
O citado A.J. Pace observou que os cristais de neve, de algum modo, envolvem o número 3. Formam-se nas nuvens quando a temperatura destas cai abaixo de zero graus; são água gelada. E a água, como sabemos, é composta de três moléculas, 2 de hidrogênio e 1 de oxigênio (H2O). O mais curioso é que a palavra hebraica para neve, (sheleg), tem três letras e, na numerologia hebraica, equivale ao numero 333. Não precisa ser poeta para pensar nos belíssimos cristais de neve como rubricas das três Pessoas da Santíssima Trindade em sua Criação!
Pasmamos diante desta criação, os minúsculos cristais de neve… e todas as outras maravilhas que observamos na natureza. Todavia, nada se compara ao homem criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.27). Com reconhecimento e gratidão, o salmista orou:
“Tu me moldaste por dentro e por fora; tu me formaste no útero da minha mãe. Obrigado, grande Deus – é de ficar sem fôlego! Corpo e alma, sou maravilhosamente formado! Eu te louvo e te adoro – que criação!” (Sl 139.13-15, Bíblia A Mensagem, E. Peterson).
Não há muitas referências à neve na Bíblia, certamente porque a Palestina é uma terra muito quente. Todavia, a brancura da neve é usada em algumas passagens como ilustração de purificação do pecado e de pureza moral (Sl 51.7; Is. 1.18). Na visão apocalíptica de Daniel, o “Ancião de dias”, Deus no seu trono de julgamento, aparece usando uma “veste branca como a neve” (Dn 7.9). Quando Jesus transfigurou-se diante dos seus discípulos mais chegados, “suas vestes tornaram-se resplandecentes e sobremodo brancas, como nenhum lavandeiro da terra as poderia alvejar” (Mc 9.3). A King James Version (KJV, famosa versão inglesa) traduz “exceeding white as snow” (sobremodo brancas, como a neve). O anjo do Senhor que desceu do céu e removeu a pedra que fechava o sepulcro de Jesus, também usava uma veste “alva como a neve” (Mt 28.3; Mc 16.5).
Como pode alguém duvidar da existência e da obra criadora e redentora de Deus? Se ele aplicou e aplica poder, sabedoria e tamanha criatividade a essas gotículas de água zelada, os cristais de neve, e se ele nos criou “de modo assombrosamente maravilhoso”, ele é capaz de tudo, inclusive e principalmente de redimir, purificar e santificar nosso caráter, tornando-nos, moral e espiritualmente falando, “brancos como a neve”. Entretanto, como os cristais de neve, somos todos diferentes uns dos outros e… lindos. O apóstolo Paulo garantiu aos cristãos de Filipos:
“Aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
Naquele dia, pela graça de Deus, estaremos, com milhões de outros, diante do trono de Deus e do Cordeiro, Jesus, vestidos de vestiduras brancas, lavadas e alvejadas no sangue do Cordeiro (Ap 7.9-14; I Jo 1.7-9). Amém!
Eber Lenz Cesar
Anos atrás, quando ministrei esta palavra na Igreja Presbiteriana das Graças, em Recife, uma querida irmã e ovelha, Juraci Fialho Viana, escritora, hoje com 103 anos, escreveu para o boletim dominical da igreja o poema a seguir:
Mistérios da Criação
A uma ordem do Senhor, os cristais de neve, microscópicos, caem sobre a terra. Aos milhões, aos bilhões, aos trilhões… numa avalanche macia, branca… Cada cristal de neve tem sua própria forma, estranhas figuras geométricas, Traçadas sob o compasso, a régua, o esquadro, os cálculos da matemática divina. Às vezes, eles são círculos, ângulos, traços retos, sinuosos, paralelos, Outras, são estrelados, florados, ponteagudos ou bordados com fios de ouro e prata, de enredada filigrana, Desenhados todos na base do hexágono. Pintados com tinta celeste, eles têm manchas jamais vistas, de todas as cores do universo. Invisíveis a olho nu os microscópicos cristais de neve são um segredo, um mistério de Deus no seio da branca neve. Ó criatividade divina! No entanto, Senhor, o que me extasia mais do que o teu poder criador é pensar que tu és Deus, Imenso, poderoso, tremendo e majestoso, o artífice dos cristais de neve. És o Deus a quem chamo “Pai”, com quem converso, que me escuta, Que para mim inclina os ouvidos no meio do seu trabalho universal. Então, Senhor, pasmada, eu concluo: a despeito de minhas fraquezas e notória imperfeição – Ó graça inaudita! – Sou para ti mais… muito mais Do que os incrivelmente microscópicos, formidáveis cristais de neve!