No próximo mês de outubro, os brasileiros escolherão, mais uma
Todos sofremos perdas, enfermidades, situações adversas e até algum tipo
Vinde a mim, todos os que estais cansados…
Qual pode ter sido o convite mais importante que você
Coisas muito estranhas acontecem até em reuniões de Presbitério. Veja
“Tornai-vos praticantes da Palavra e não somente ouvintes” (Tiago 1.22).
O estudo das Histórias Bíblicas sempre me encantou. A de
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência,
Ronald Sider escreveu um livro com um título intrigante: “O
O que os outros pensam a nosso respeito é importante, principalmente quando sabemos que são amigos e querem nos ajudar. Eles farão elogios, darão valor às coisas boas que fazemos, dirão palavras de encorajamento, e farão, também, alguma observação negativa necessária. Neste caso, elogios e críticas são bem-vindos e precisam ser ouvidos com humildade.
Entretanto, o que pensamos a nosso próprio respeito pode ser ainda mais importante e proveitoso, desde que pensemos “com moderação”, como recomendou o apóstolo Paulo em Rm 12.3. Como frisamos na mensagem anterior, se pensarmos demais em nossos defeitos, exagerando-os, teremos uma autoimagem negativa, um complexo de inferioridade; Se pensarmos demais em nas nossas virtudes, exagerando-as, teremos uma autoimagem positiva, sim, além do que convém, algo como um complexo de superioridade. Comentamos as causas e prejuízos da autoimagem negativa. Nesta mensagem, vamos refletir sobre a autoimagem positiva.
Se a auto-imagem negativa resulta de críticas maldosas, palavras duras e pejorativas que muitos ouvem na infância e na adolescência, e de frustrações profissionais, familiares e eclesiásticas que temos na juventude e na fase adulta, o oposto de tudo isto certamente há de contribuir para a formação de uma autoimagem positiva. Reconhecimento e elogio fazem milagres!
Todavia, o indivíduo que chegou à juventude e à idade adulta com uma autoimagem negativa pode, certamente, mudar isso. Claro que com esforço e com a graça de Deus.
Como? Amando a si mesmo, como ama a Deus e ao próximo.
Um intérprete da Lei perguntou a Jesus: “Mestre, qual é o grande mandamento da Lei”. Jesus respondeu:
“Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.36-39).
Note a sequência:
Ame o Senhor, o seu Deus; ame os outros como a si mesmo. Subentendido: Ame a si mesmo e, depois, ame os outros da mesma maneira.
É preciso lembrar que o amor bíblico não é apenas uma questão de sentimento, mas de decisão pessoal em obediência a Deus. É algo que fazemos porque Deus manda. O sentimento vem depois, naturalmente. Então, nesta passagem,
Jesus nos ensina a exercitarmos o amor a nós mesmos tanto como exercitamos ou devemos exercitar o amor a Deus e ao próximo.
Precisamos aprender a gostar de nós mesmos. Certamente, há algumas coisas na nossa aparência, no nosso temperamento e no nosso caráter que não gostamos muito… Mas, comecemos por aquilo que temos de bonito, de maravilhoso e de bom. Todos temos. Depois, quem sabe podemos melhorar o que não está muito bom! Tudo com “moderação”, sem “complexo de superioridade”.
Além disso, no contexto mesmo de Rm 12.3, Paulo nos lembra que estas coisas boas que somos e temos são dádivas de Deus, obra da sua graça. “Por causa da bondade de Deus para comigo, me chamando para ser apóstolo…” Ele tinha sido um perseguidor da igreja… Agora era um apóstolo, um pastor, um líder da igreja, uma pessoa importante na igreja, que Deus estava usando poderosamente! Ele sabia que era por causa da bondade e da graça de Deus. Assim é tudo em nossa vida! Ver I Tm 1.12-14.
Seguindo este raciocínio, chegamos a conclusão de que uma autoimagem negativa é uma forma de ingratidão, pois não reconhece e não agradece as coisas boas que Deus tem feito:
Pensando assim, não teremos uma auto-imagem negativa… nem presunçosa ou vaidosa! E seremos bem mais felizes!
Leia também a mensagem Autoimagem 1 (Sobre autoimagem negativa).
Pr Éber César ([email protected])
Você gosta de si mesmo(a)? Saberia dizer quais são suas melhores virtudes e seus piores defeitos? Mais virtudes ou mais defeitos? Suas respostas a estas perguntas têm a ver com que os psicólogos chamam de auto imagem, um conjunto de idéias e sentimentos que temos acerca de nós mesmos. A auto imagem pode ser negativa ou positiva.
Numa época em que está na moda a cultura da autoajuda, ou seja, “descubra o deus que existe dentro de você, e veja do que ele é capaz”, o cristão vive em conflito: Afinal, o que eu devo pensar a meu respeito? Que eu sou um joão-ninguém e não sirvo pra nada? Ou que eu sou o tal, o melhor? Nos meios evangélicos há muitos que dizem: “Eu sou filho do Rei, eu posso ter tudo, do bom e do melhor, e nenhum mal me atingirá.” É isso mesmo? Vamos ver.
O apóstolo Paulo escreveu aos romanos: “… digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um” (Rm 12.3). Devemos pensar, sim, nos nossos próprios defeitos e nas nossas próprias virtudes, mas com moderação, não além do que convém. Isso nos ajudará a ter uma auto imagem equilibrada e sadia.
• Se pensarmos nos nossos defeitos além do que convém, exagerando-os, teremos uma auto imagem negativa, algo como um complexo de inferioridade.
• Se pensarmos nas nossas virtudes além do que convém, exagerando-as, teremos uma auto imagem positiva, sim, mas demais, algo como um complexo de superioridade.
Auto imagem negativa.
A auto imagem negativa geralmente resulta de crítica, censura, desprezo, gozações e coisas tais durante o nosso período de crescimento e formação. Os pais prejudicam muito a auto imagem dos seus filhos quando os criticam e censuram demais, quando não elogiam sua aparência e as coisas boas que fazem, quando lhes dão apelidos pejorativos: “Você não faz nada direito!”, “Burro!”, “Desmiolado!”, “Preguiçoso!”, “Gorducho!”, “Magricela!”, “Narigudo” etc. Estes comentários e apelidos maldosos prejudicam grandemente a auto imagem da criança e do adolescente e até do adulto… Certamente a graça de Deus pode curar lembranças ruins da infância, mas ainda assim, as pessoas com esse histórico terão problemas…
Uma auto imagem negativa pode resultar também de experiências desagradáveis e fracassos na profissão (perda de uma promoção ou mesmo do emprego), na família (separação, divórcio), na igreja (esfriamento da fé, pecado, dificuldades relacionais, exclusão).
Uma auto imagem negativa paralisa o nosso potencial de trabalho e produção, seja profissional ou eclesiástico. Leia Mt 25.14-18. Por que será que o servo que recebeu um talento o escondeu, ao invés de aplicá-lo e ganhar com isso? Veja o v. 24. De onde veio esse medo de tentar, de arriscar? Provavelmente de uma auto imagem negativa… Este servo era do tipo de gente que diz: “Se eu fizer isso, não vai dar certo!”
Uma auto imagem negativa impede a concretização dos nossos sonhos e dos sonhos de Deus para nós. Você se lembra dos doze espias que Moisés mandou à terra de Canaã?
Um outro prejuízo que a auto imagem negativa causa é a destruição de relacionamentos saudáveis com Deus e com as pessoas. Gente crítica e cética consigo mesma acaba sendo crítica e cética em relação a Deus e às outras pessoas. Jó ficou assim, por uns tempos, quando passou por graves provações (Jó 3.1-3). É difícil conviver com uma pessoa que vive depreciando a si mesma.
No próximo mês de outubro, os brasileiros escolherão, mais uma vez, os seus governantes. Uma tremenda responsabilidade, mais ainda neste clima de corrupção, decepção, desconfiança e quase total ausência de candidatos carismáticos, com projetos voltados para as necessidades reais desta grande nação. Cabe-nos ouvir, indagar e votar com consciência. Como disse o ex-candidato à Presidência, Eduardo Campos: “Não vamos desistir do Brasil!”
Tenho me lembrado das normas que Deus estabeleceu para os reis de Israel no passado. A despeito do contexto monoteísta, religioso e monárquico, totalmente diferente do nosso, aquelas normas, com as devidas adaptações, aplicam-se às nossas circunstâncias, aos nossos governantes, principalmente ao Presidente da República. Estão registradas em Deuteronômio 17.14-20.
a) O rei deveria ser indicado por Deus.
Ele o faria através das circunstâncias, dos profetas e da unção ou consagração. No Brasil, temos uma pluralidade de religiões, com maioria cristã (católicos e protestantes), e o estado é laico, como deve ser. Entretanto, os que crêem em Deus entendem que ele dirige todas as coisas, soberanamente, hora agindo, hora simplesmente permitindo que os homens façam o que querem, mas sempre com um propósito. Pilatos, governador da Judeia nos dias de Jesus, disse a este, antes de condená-lo injustamente: “Você não sabe que eu tenho autoridade para libertá-lo e para crucificá-lo?”. Jesus respondeu: “Não terias nenhuma autoridade sobre mim, se esta não lhe fosse dada de cima…” (João 19.10-11). O apóstolo Paulo escreveu aos cristãos de Roma, quando Nero era imperador, um dos mais corruptos do império: “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Romanos 13.1). Alguns governos são permitidos por Deus para “castigo” ou “disciplina”… Há um pouco de verdade no dito popular: “Toda nação tem o governante que merece”. Aprendamos nossas lições, sejamos responsáveis, amemos a nação e não a nós mesmos e aos nossos interesses pessoais e egoístas. E peçamos a Deus um governante que realmente governe para o povo e leve a sério estas normas divinas… O Estado é laico mas, independentemente disto, permanece a verdade: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor!” (Salmo 33.12).
b) O rei não poderia ser estrangeiro; teria que ser “um dentre seus irmãos”.
Um rei nacional seria mais leal à nação e entenderia melhor suas necessidades. Temos tido Presidentes e Governadores “estrangeiros” de coração e intenções, a julgar por sua falta de real interesse por seu próprio povo… O que se nota é que a maioria busca apenas poder e riqueza. Precisamos de um(a) Presidente(a) e Governadores(as) que realmente amem, escutem e sirvam seus governados… O povo esta aí nas ruas clamando!!!
c) O rei não deveria ter muitos cavalos no seu exército.
Naquele contexto primitivo, a nação com muitos cavalos (como o Egito, na época) era mais forte, mais preparada para a guerra, e confiava nisto, não em Deus. Por isso, o salmista escreveu: “Feliz a nação cujo Deus é o Senhor… Não há rei que se salve com o poder dos seus exércitos… O cavalo não garante vitória; a despeito de sua grande força, a ninguém pode livrar” (Sl 33.12,16,17). Outras passagens bíblicas indicam que Deus não proíbe uma nação se de armar e de fazer guerra, se necessário, para defender sua soberania. Todavia, é insensatez confiar nas próprias armas e não em Deus, o Senhor dos Exércitos. Quantas vezes o Israel bíblico saiu vitorioso por intervenção direta e miraculosa de Deus? Deus lhes dava a vitória!
d) O rei não deverá ter muitas mulheres, pois isso o levaria a abandonar a Deus.
Em nossa cultura, não se admite bigamia e, como já lembramos, nosso Estado é laico. Então, o que permanece deste princípio, e o comportamento moral e, se casado, a fidelidade conjugal, a família bonita, o bom exemplo, a inspiração. Tem que haver um limite moral para as leis e regulamentações laicas. Há valores éticos e morais que independem desta ou daquela religião. Eles simplesmente são mais sábios e melhores para as pessoas, para o povo, para a nação.
e) O rei não deveria ajuntar para si muita prata e ouro.
A ganância e a riqueza excessiva desviariam do Senhor o seu coração e o levariam a explorar o povo. Como isto se aplica ao nosso pais! Como eu disse acima, muitos dos nossos governantes (políticos) parecem ter um só interesse: fazer a própria cama! Daí os salários exorbitantes e surreais, a corrupção generalizada, os empreendimentos superfaturados, os desvios das verbas públicas, o roubo mesmo!
f) O rei deveria ter consigo uma cópia da lei de Deus e lê-la todos os dias e, assim, aprender a temer o Senhor Deus e a obedecer fielmente os seus mandamentos.
Não se elege um governante porque ele tem uma Bíblia e a lê todos os dias, mas por seu caráter, competência e liderança; e, obviamente, um governo laico não pode impor a leitura da Bíblia. Entretanto, a julgar pela experiência de governantes e nações que levaram a sério os valores ensinados na Bíblia, é válido desejar que nossos líderes tenham a Constituição Brasileira numa de suas mãos, e a Bíblia na outra. Os que conhecem esse Livro concordam com o apóstolo Paulo, que disse: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra” (II Timóteo 3.16-17). Abraham Lincoln, um dos mais famosos presidentes dos Estados Unidos, disse: “Eu acredito que a Bíblia é a melhor dádiva que Deus deu à humanidade[…].” D. Pedro II, Imperador do Brasil, disse: “Eu amo a Bíblia, eu leio-a todos os dias e, quanto mais a leio tanto mais a amo. Há alguns que não gostam da Bíblia. Eu não os entendo, não compreendo tais pessoas[…].” Ainda que o governante (e seus governados) não sejam cristãos, essa leitura somente lhes faria bem, aumentando sua sabedoria, aperfeiçoando seu caráter, fazendo-os mais felizes.
Pode parecer utopia, mas eu ficaria grato a Deus e bem mais esperançoso se nossos candidatos refletissem sobre estas normas antigas dadas a Israel, visando a escolha dos seus reis… E também se aqueles que têm fé, orassem (ou rezassem) por governantes competentes, sim, mas que também creiam em Deus, amem este grande e maravilhoso país e governem para o povo…
DEUS SALVE O BRASIL! NÃO DESISTA!
Pr. Éber Lenz César Cidadão Brasileiro [email protected]
Todos sofremos perdas, enfermidades, situações adversas e até algum tipo de segregação e perseguição. O mais comum talvez sejam as críticas. Reagimos de maneiras diferentes. Há também situações favoráveis de apreciação, honra, prosperidade e bem estar, que também pedem uma atitude apropriada, sábia e humilde. Não é fácil.
Agradecendo as ofertas que os cristãos de Filipos lhe haviam enviado, o apóstolo Paulo escreveu-lhes:
“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado… Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação…” (Fp 4.10-11).
O apóstolo tivera muitos privilégios e boas oportunidades, mas também passara por circunstâncias as mais adversas, incluindo viagens difíceis, naufrágio, incompreensões, críticas, perseguições, açoites, cadeias e prisões (II Co 11.12-29). Ele estava preso em Roma quando escreveu essa carta aos Filipenses, a mais alegre do Novo Testamento. Qual era o segredo do apóstolo? Como podia viver contente em toda e qualquer situação? Vamos ver.
A primeira coisa a notar é que esse estado de espírito não acontece assim num momento, como resposta a uma única oração ou por decisão pessoal. É algo que se aprende. Nas sucessivas lutas da vida, alguns aprendem a se fechar para os outros, até para parentes, amigos e igreja; aprendem o ódio, a amargura e o queixume. Outros, como o apóstolo Paulo, passando pelas mesmas provações, aprendem a viver contentes. Vêem cada experiência, boa ou ruim, como uma oportunidade para exercitar o contentamento. Têm, portanto, uma postura positiva diante das dificuldades, uma atitude de alunos, de aprendizes; não de vítimas, de coitados.
Até porque, como escreveu o mesmo apóstolo:
“Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito… para serem conformes à imagem do seu Filho…” (Rm 8.28-29. Veja também os vs. 35-39).
É interessante notar que a palavra “contente” traduz o termo grego “autarkes”, que deu origem à nossa palavra autarquia. Significa administração ou governo autônomo, auto-suficiente, independente. Era um termo famoso dos filósofos gregos; eles primavam pela auto-suficiência, ou seja, não permitiam que as circunstâncias externas perturbassem a sua tranquilidade interior. Isso é contentamento. O filósofo Sêneca, no século IV a.C. já dizia: “Feliz é o homem que, em quaisquer circunstâncias em que se encontre, sente-se contente”.
Então, o que Paulo quis dizer aos Filipenses? Que costumava rir à toa quando enfrentava adversidades? Que nada o entristecia? Claro que não! O sofrimento incomoda! As feridas doem! Paulo só estava dizendo que as dificuldades da vida lhe haviam ensinado a controlar suas emoções; até porque sabia que Deus estava no controle, graciosamente trabalhando seu caráter e amadurecimento espiritual. O apóstolo não se impressionava muito com o que poderia ser ruim; pensava no que certamente resultaria de bem. Tanto que escreveu: “Todas as coisas cooperam para o bem…” Por isso, não se queixava, não se abatia, não desanimava, não ficava deprimido, não ficava com raiva da vida e muito menos de Deus.
Paulo aprendeu a reagir assim em toda e qualquer situação.
“Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez…” (Fp 10.12).
Deste modo, o apóstolo lembra-nos que precisamos aprender a estar contentes, a controlar nossas emoções, a manter a sobriedade e a fé tanto numa situação de louvor e honra, como numa situação de crítica e humilhação; tanto na riqueza como na pobreza.
As duas situações são difíceis:
Nos Provérbios, lemos esta oração de Agur:
“Não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus” (Pv 30.8-9).
É difícil administrar uma e outra situação. Depende muito da maturidade emocional e espiritual, e do referido aprendizado. O Mestre é Jesus! Tanto que Paulo acrescentou…
Este versículo (Fp 4.13) é ainda mais conhecido e, às vezes, mal interpretado. As aplicações mais comuns são: Porque eu sou de Jesus, eu posso tudo: TER, FAZER, ADQUIRIR, CONQUISTAR, PROSPERAR! Não é nada disso! Interpretado dentro do seu contexto, este versículo significa: Tudo posso ADMINISTRAR porque Jesus me fortalece!
Paulo aprendeu, porque Cristo era o seu Mestre; vivia contente porque que Cristo estava no controle; em toda e qualquer situação porque em todas elas tinha consciência da presença e do amor de Cristo.
Boa coisa para se aprender! Estamos aprendendo!
Pr. Éber Lenz César Mensagem publicada no Boletim da Igreja Presbiteriana de São Crtistóvão, em 18/08/2013
Qual pode ter sido o convite mais importante que você já recebeu, em toda a sua vida? Você o aceitou? Curtiu?
Vou lhe falar de um convite que, sem dúvida alguma, é o mais importante de todos. Foi feito por Jesus aos seus contemporâneos e conterrâneos, é verdade. Mas é extensivo a todas as gerações, em todos os lugares, posto que Jesus, como crêem os cristãos, morreu, sim, mas ressuscitou e está vivo! Ele nos fala e nos convida nas páginas dos Evangelhos, pelo Espírito Santo e até mesmo nas circunstâncias da vida. O convite a que me refiro está registrado no Evangelho de Mateus, capítulo 11, versículos 28-30. Inclui, além do convite em si, uma ordem. O convite com sua promessa, seria o privilégio; a ordem, que também tem uma promessa, seria a responsabilidade.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve” (Mateus 11.28-30).
Como disse, é de Jesus. Mas pense em Jesus não somente como o filho de Maria, o carpinteiro de Nazaré, o homem bom, o grande mestre. Pense nele também como o Messias, o Cristo, o Filho de Deus, o Salvador, o Senhor, o Bom Pastor…
Ninguém mais teve ou tem autoridade e competência para fazer um convite como este… Nenhum Governante, nenhum Pastor, nenhum Sacerdote, nem mesmo o Papa Francisco…
Note que o convite não é para uma igreja, uma religião! É para ir a Jesus, ou seja aproximar-se dele espiritualmente, crer ou confiar nele, relacionar-se pessoalmente com ele, segui-lo no dia a dia… “Vinde a mim…”, ele disse.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados…”
Entendo que Jesus, quando fez este convite, originalmente, não estava pensando no cansaço de uma caminhada, de um dia de trabalho, mas num cansaço cumulativo, emocional e espiritual, resultante de problemas e mais problemas, lutas e mais lutas, tentações e mais tentações. A sobrecarga referida também não é a do momento, uma lata d’água na cabeça, um embrulho ou mala pesada; é a sobrecarga da ansiedade, do estresse, da amargura, da culpa. Este cansaço e esta sobrecarga sempre existiram, mas parecem mais intensos nestes dias particularmente difíceis que estamos vivendo.
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei!” Alívio é “diminuição de dor, de peso, de trabalho” (Aurélio) . Quem não precisa? Se não o tivermos, sucumbimos. Jesus o promete, e promete por que pode, tem poder para tanto; e é compassivo, amoroso, cuidador!
Os cansados e sobrecarregados que crêem, que aceitam o convite de Jesus e vão a ele em oração, experimentam este alívio! Acontece também quando lemos a Bíblia e participamos de um culto “em espírito e em verdade” (Jo 4.24). A leitura, assim como os atos de culto acalmam, orientam, confortam, aliviam!
Esta é a 1a parte desta importante passagem: Convite e promessa de alivio! Agora vem a 2a parte: um imperativo, que também traz uma promessa.
Tomar o jugo não é o mesmo que levar cada um a sua cruz (Lucas 9.23). A cruz é símbolo de sacrifício, de opróbrio, de morte. O jugo, também chamado canga, é uma madeira torneada, com curvaturas na parte inferior, usada para emparelhar dois animais de carga e fazê-los trabalhar juntos, puxando um arado ou uma carroça. Essas palavras de Jesus, portanto, significam que precisamos, voluntariamente:
Curiosamente, Jesus promete que, se assim o fizermos, acharemos descanso para a nossa alma. Fica mais fácil de entender se atentamos para o que Jesus disse em seguida: “Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. Os lavradores mais cuidadosos, a bem da própria produção, amaciavam com couro ou tecido a parte inferior do jugo, a que se encaixava no pescoço dos animas. O jugo ficava suave. E não punham carga em demasia na carroça ou no arado. O jugo de Jesus é suavizado pelo prazer de sua companhia, pela beleza e utilidade dos seus ensinos (no caso, vale lembrar, principalmente mansidão e humildade – como isto torna as relações humanas mais suaves), e pela alegria e resultados do trabalho que com ele fazemos!
Pensando mais genericamente, o pescoço sob o jugo do Senhor Jesus, o ter que fazer as coisas do modo como ele nos mostra que devem ser feitas, assim como o serviço que nos cabe fazer, como cristãos, são suaves e leves quando comparados com a vida sob o jugo da nossa natureza pecaminosa, do mundo ímpio, do Diabo.
Pr. Éber Lenz César ([email protected]) Mensagem pregada na Igreja Presbiteriana de São Cristóvão, Rio de Janeiro, RJ, em 04/08/2013.
Coisas muito estranhas acontecem até em reuniões de Presbitério. Veja esta que aconteceu há uns poucos anos numa reunião do meu Presbitério. Se bem me lembro, era uma reunião fechada, só de pastores e presbíteros representantes das igrejas.
O relator da Comissão de Legislação e Justiça apresentava seu relatório, descrevendo uma situação delicada numa das igrejas do Concílio. E a discussão encrespou. A certa altura, o relator sabiamente resolveu interromper o acirrado debate, dizendo que precisavam todos se acalmar e buscar a direção de Deus. Pediu-me para dirigir uma oração. Todos de pé, refleti por alguns instantes e orei. Foi mais uma oração de confissão comunitária e súplica. Quando terminei, ouviu-se aquele coro de améns e, simultaneamente, a voz forte de um colega pastor:
— Senhor Presidente, esta oração está fora de ordem! Muitos comentaram que nunca tinham ouvido algo semelhante. Ficou na história do Concílio, creio eu, talvez indicando alguma coisa não muito evidente…
Tenho muito a agradecer o acolhimento que tive neste Presbitério, há vinte anos, e também porque não me impediu de exercer meu pastorado de modo mais simples, menos formal… Entretanto, tenho lamentado a falta de oportunidades e tempo no concílio para convivência fraternal e amiga, menos clerical e menos institucional. Quem sabe, crescendo no conhecimento mútuo e na confiança, poderíamos compartilhar nossas lutas e vitórias pessoais, familiares e pastorais? …
Fui membro de sete Presbitérios, incluindo o Presbitério de Pretória, da Igreja Reformada Holandesa na África do Sul. Em nenhum deles tivemos encontros informais, promovidos pelo Concílio, somente para reflexão, oração, compartilhamento e confraternização. Conforme relatei, na África do Sul eu participei de reuniões com os colegas brasileiros onde somente conversávamos, orávamos e comíamos juntos… Em Uberlândia e em Recife, formamos grupos de oração e compartilhamento só de pastores, de diferentes denominações.
Provavelmente, todos nós, pastores, já pregamos nas igrejas sobre os textos de “mutualidade”, com a expressão “uns aos outros”, tão frequentes no Novo Testamento. Uma vez, contei mais de trinta passagens que, de um modo ou de outro, recomendam compartilhamentos e cuidados mútuos nas igrejas. Diríamos que estas instruções bíblicas aplicam-se somente às ovelhas, e não, aos pastores? Certamente que não! Pastores e presbíteros também necessitam destas práticas, talvez até mais!
Em quase todas as igrejas que pastoreei, ministrei uma série de dez mensagens sobre os textos com a expressão “uns aos outros”. Dei-lhe o título Membros uns dos outros (disponível neste blog, em Cursos Bíblicos). Dois ou três destes textos preciosos me chamam mais a atenção. O primeiro é este:
“Habite ricamente em vocês a Palavra de Cristo; ensinem e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria…” (Colossenses 3.16).
Supostamente, senão seguramente, os pastores conhecem a Palavra mais do que os membros das igrejas. Seria só para ministrar estudos bíblicos e pregar sermões? Ou também para “instruírem e aconselharem uns aos outros”? Que falta fazem na vida do pastor esta instrução e estes conselhos amigos, humildes, de colega para colega, homem para homem… Uma vez, numa reunião de Presbitério, dois ou três colegas informaram terem-se divorciado. Sem nenhum julgamento, e muito menos condenação, pensei e falei, em plenário: teriam estes colegas compartilhado suas dificuldades conjugais e familiares, suas lutas, suas tentativas e seus sofrimentos com algum ou alguns colegas no Concílio? Teriam recebido ajuda em aconselhamento e oração? O desastre poderia ter sido evitado? Numa outra reunião, ouvi também, estarrecido, denúncias muito sérias contra um pastor, situações escandalosas, que estavam destroçando uma igreja… Mas o mal já estava feito!
De todos os textos “uns aos outros”, talvez o mais difícil de praticar seja o de Tiago 5.16, o segundo texto que me chama especial- mente a atenção:
“Confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros…”.
Em seu excelente livro “A Igreja, Corpo Vivo de Cristo”, o Pr. Ray Stedman comenta esta passagem:
“Confessar as faltas certamente significa admitir fraquezas e reconhecer fracassos no viver como cristãos. Muitas vezes é difícil levar cristãos a fazer isso, apesar da clara orientação da palavra […]. Muitos cristãos imaginam que serão rejeitados pelos outros se admitirem quaisquer faltas. Mas, nada poderia ser mais destrutivo à koinonia cristã do que o costume geral de hoje, de se fazer de conta que não se tem problema algum. Muitas vezes é assim que lares cristãos estão cheios de briga, discussões, acessos de raiva […]. Para piorar a situação, esse tipo de conspiração do silêncio é considerada como a atitude cristã, e a hipocrisia […] é vista como uma parte do ‘testemunho’ diante do mundo. Quão positivo, quão maravilhosamente útil seria se um dos membros dessa família (de preferência, o pai) admitisse honestamente, numa reunião de irmãos cristãos, que sua família está passando por dificuldades […], e que ela precisa muito de suas orações e conselhos neste período de perturbação”. (p. 88-89).
Há ainda um outro texto “uns aos outros” que eu quero mencionar:
“Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gálatas 6.2-3). Ou, como parafraseia Eugene Peterson, na Bíblia A Mensagem: “Compartilhem aquilo que pesa a vocês e cumpram, desse modo, a lei de Cristo. Se pensam que são bons demais para agir assim, estão muito enganados”.
A “lei de Cristo”, evidentemente, é a lei do amor! Na prática deste amor recíproco, não somente confessamos que estamos com problemas, mas também aceitamos o ombro amigo que se dispõe a nos ajudar a carregar o fardo! Certamente, é mais difícil quando o fardo é a consciência pesada… (Ver João 8.9; Romanos 2.15). Neste caso, o amigo, amigo verdadeiro, nos ajudará denunciando nosso pecado e encorajando- nos a confessá-lo e deixá-lo. Foi exatamente isto que o profeta Natã fez com o rei Davi, de Israel. Confrontou-o com o seu duplo pecado: o adultério com Bate-Seba e o assassinato indireto de Urias, marido de Bate-Seba. Davi não lhe havia dito nada, mas Natã, de algum modo, ficou sabendo (2 Samuel 12). Todo mundo sabia ou foi Deus quem o revelou ao profeta? Não importa. O fato é que Natã foi de grande ajuda!74 Confrontado, o rei livrou-se da carga terrível que o estava esmagando. Sua oração de confissão e cura está registrada no Salmo 32:
“Como é feliz aquele que tem suas transgressões perdoadas e seus pecados apagados. Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia! Enquanto eu mantinha escondidos os meus pecados, o meu corpo definhava de tanto gemer. Pois dia e noite a tua mão pesava sobre mim; as minhas forças foram-se esgotando… Então reconheci diante de ti o meu pecado…” (Ver também o Salmo 51).
Sem um Natã, muitos não conseguem se livrar da carga que os oprime. E as coisas só vão piorando. Lembro-me de casos extremos que ilustram a que ponto pode chegar o irmão sobrecarregado de problemas ou esmagado pela culpa.
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Numa das cidades onde pastoreei, o pastor de uma igreja pregou no domingo de manhã e de noite. Na segunda-feira cedo, depois que a esposa saiu para o trabalho, ele levou a filha menor à escola, voltou para casa, entrou no banheiro e deu um tiro na cabeça!!! Planejado? Por que uma arma em casa? Não é preciso comentar a tristeza, a consternação e a indagação da multidão de parentes, irmãos e amigos que se reuniu no templo para o funeral… Eu nunca me esqueci. E como muitos outros, me pergunto até hoje: Depressão? Tentação? Pecado? Culpa? O que não foi compartilhado? O que ninguém percebeu?
Alguns anos depois, estando eu à frente da igreja de uma outra igreja, em Minas Gerais, num sábado à noite, fui visitar um diácono e sua família. Encontrei-os na sala, embrulhando balas e docinhos para a festa de aniversário da filha, no dia seguinte. Ajudei-os por um pouco, enquanto conversávamos. O diácono pareceu absolutamente normal, participando da conversa. Orei com a família e saí. Na manhã seguinte, domingo, bem cedo, um outro diácono me telefonou, pedindo-me que fosse depressa àquela mesma casa, pois algo terrível tinha acontecido. Quando cheguei, levaram-me ao paiol da casa: o diácono da noite anterior, o que tinha ajudado a esposa a arrumar os docinhos para o aniversário da filha, havia se enforcado e ainda estava ali pendurado na corda… Uma cena que também nunca saiu da minha mente. O que aquele irmão não compartilhou? O que ninguém percebeu? O que faltou?
Este capítulo já estava escrito quando um dos meus filhos pastores enviou-me uma nota do dia, publicada num site:
“Nos últimos 30 dias, três suicídios de pastores conhecidos chocou a igreja dos Estados Unidos […]”. Seguem-se os nomes dos pastores e respectivas igrejas. Sobre um deles, o que se matou com um tiro na cabeça, o articulista acrescenta: “Sua esposa o encontrou caído na entrada da garagem de sua casa num domingo. Ele já havia pregado naquela manhã e teria de pregar novamente naquele dia. Nenhum bilhete ou explicação foi deixado.”.
Mais à frente, o comentário: “Existem muitas estatísticas sobre como os pastores enfrentam problemas como depressão, esgotamento físico e mental. Nenhuma delas é animadora. Segundo o Instituto Schaeffer, 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% estão ‘esgotados’. Além disso, 72% dos pastores dizem que só estudam a Bíblia quando precisam preparar sermões, 80% acredita que o ministério pastoral afeta negativamente as suas famílias, e 70% diz não ter um ‘amigo próximo’. O Instituto Schaeffer também estima que 80% dos estudantes de seminário (incluindo os recém- formados) irão abandonar o ministério dentro de cinco anos. Não há dados consistentes sobre quantos cometem suicídio, mas está claro que os pastores não estão imunes a isso.”
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No Natal de 1992, minha esposa me deu de presente um livro intitulado “Esgotamento espiritual” (SMITH, M, Editora Vida, 1991). Eu o li de enfiada, com grande interesse e proveito. Mas fiquei me perguntando: “Por que será que minha esposa me deu este livro? O que ela pensa que está acontecendo comigo? Bom, ela me acompanhou de perto e participou de todos os momentos felizes e de grande turbulência narrados neste livro…”. Por isso mesmo, sugeri que ela também lesse o “Esgotamento espiritual”…
A propósito, tenho observado que muitos pastores evitam envolver suas esposas nos ministérios e principalmente nos problemas das igrejas. Não lhes tiro a razão, até certo ponto… Todavia, não considero bíblico e correto que uma esposa de pastor pouco frequente a igreja ou não participe de qualquer dos seus ministérios. Deve fazê-lo, como todo cristão! Tem talentos e dons que devem ser usados no serviço de Cristo, em casa, no trabalho e, claro, na igreja… (Ver Hebreus 10.25). Também não considero bíblico e correto que o pastor não compartilhe com sua esposa as dificuldades que enfrenta no ministério, ainda que, em casos excepcionais, decida resguardá-la do desgaste emocional. De modo geral, pode ser salutar e importante que orem juntos a respeito. E bem pode ser que a esposa some percepções e conselhos sábios… Bom, considerando que estamos falando de esposas cristãs, espirituais, prudentes, sábias…companheiras idôneas!
Nesse contexto, tento imaginar como era a relação conjugal e ministerial de Áquila e Priscila, que, juntos hospedaram e acompa- nharam o Apóstolo Paulo (Atos 18.1-4,18). Os dois, depois de ouvirem Apolo pregar, “convidaram-no para ir à sua casa e lhe explicaram com mais exatidão o caminho de Deus” (Atos 18.24-26). Posteriormente, escrevendo aos cristãos romanos, o mesmo apóstolo incluiu uma palavra especial de saudação e gratidão a este casal amigo:
“Saúdem Priscila e Áquila, meus colaboradores em Cristo Jesus. Arriscaram a vida por mim. Sou grato a eles; não apenas eu, mas todas as igrejas dos gentios. Saúdem também a igreja que se reúne na casa deles” (Romanos 16.3-5).
Gosto de ver nestas passagens que os verbos estão no plural e que o apóstolo, mesmo naquela cultura, não se importa em colocar o nome de Priscila na frente do nome do seu marido. Já ouvi pastores defendendo a ideia machista de que lugar da esposa é em casa, cuidando da família e do fogão! Será que pensam assim quando se trata de emprego ou profissões remuneradas, ditas “seculares”? A propósito, mesmo tendo trabalhado fora por vários períodos e me ajudado incansavelmente no nosso ministério, minha querida esposa e cooperadora cuida muito bem da casa e faz uma comida mineira que atrai de volta, com frequência, nossos filhos e os agregados… Só não sei como ela consegue! Talvez porque sou eu quem lava a louça e as panelas… e, às vezes, ajuda na faxina!
Pr. Éber Lenz César Cp 38 do meu livro VIDA DE PASTOR, LEMBRANÇAS DE UMA JORNADA, 2014. Veja mais sobre este livro e depoimentos de leitores neste blog, Home.O Papa Francisco, hora em visita ao Rio de Janeiro, disse algumas coisas muito interessantes, simples, humildes, bonitas. O uso repetido da expressão “bote fé” chamou especial atenção. Concordo plenamente com estas suas palavras. Que os jovens de todo o mundo faça exatamente isto, pra valer!
“A cruz da Jornada Mundial da Juventude peregrinou através do Brasil inteiro com este apelo: Bote fé. O que significa? Quando se prepara um bom prato e você vê que falta o sal, você bota o sal; falta o azeite, bota o azeite… Botar, ou seja, colocar, derramar. É assim também na nossa vida, queridos jovens: se queremos que ela tenha realmente sentido e plenitude, como vocês mesmos desejam e merecem, digo a cada um e a cada uma de vocês: bote fé e a vida terá um sabor novo, terá uma bússola que indica a direção; bote esperança e todos os seus dias serão iluminados e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; bote amor e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. Bote fé, bote esperança, bote amor!“Mas quem pode nos dar tudo isso? No Evangelho, escutamos a resposta: Cristo. Este é o meu Filho, o Eleito. Escutai-O! É Jesus quem nos traz Deus e nos leva a Deus; com Ele toda a nossa vida se transforma, se renova e nós podemos olhar a realidade com novos olhos, a partir da perspectiva de Jesus e com os seus olhos […]. Por isso, hoje, lhes digo com força: bote Cristo na sua vida, e você encontrará um amigo em quem sempre confiar; bote Cristo, e você verá crescer as asas da esperança para percorrer com alegria o caminho do futuro; bote Cristo e a sua vida ficará cheia do seu amor, será uma vida fecunda. Porque todos queremos ter uma vida fecunda.
“Hoje, queria que nos perguntássemos com sinceridade. Que cada um reflita com o coração: Em quem depositamos a nossa fé? Em nós mesmos, nas coisas, ou em Jesus? Somos tentados a colocar a nós mesmos no centro, no centro do universo; a crer que somos somente nós que construímos nossa vida, ou que ela se encherá de felicidade com o possuir, com o dinheiro, com o poder. Mas não é assim!
“É verdade, o ter, o dinheiro, o poder podem gerar um momento de embriaguez, a ilusão de ser feliz. Mas, no fim, são eles que nos possuem e nos levam a querer ter sempre mais, a nunca estar saciados. É muito triste ter uma vida saciada, porém débil. Bote Cristo na sua vida, deposite n’Ele a sua confiança e você nunca se decepcionará!
“Vejam, queridos amigos, a fé realiza na nossa vida uma revolução que podíamos chamar copernicana, porque nos tira do centro e o restitui a Deus. A fé nos imerge no seu amor, que nos dá segurança, força, esperança. Aparentemente não muda nada, mas, no mais íntimo de nós mesmos, tudo muda. No nosso coração, habita a paz, a mansidão, a ternura, a coragem, a serenidade e a alegria, que são os frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5, 22). A nossa existência se transforma, o nosso modo de pensar e agir se renova, torna-se o modo de pensar e de agir de Jesus, de Deus. A fé é revolucionária. E pergunto a vós: estão dispostos a entrar na onda da revolução, da fé? Só entrando é que a sua vida jovem terá sentido e será fecunda.”
Acrescento esta nota lembrando alguns
Mais provavelmente, Caim e Abel ainda eram jovens quando ofereceram sacrifícios a Deus. “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim, pelo que obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus…” (Hb 11.4).
O jovem José demonstrou ser um jovem temente a Deus e de grande fé quando resistiu aos convites sensuais da mulher de Potifar e quando perdoou seus irmãos (Gn 39.712; 50.19-21).
Davi era bem jovem quando enfrentou e derrotou o gigante Golias, quando este afrontou o Deus de Israel. Foi preciso muita fé e muita coragem! (I Sm 17.34-37).
O jovem Daniel, exilado em Babilônia, precisou de muita fé para continuar orando a Deus três vezes cada dia, mesmo sob a ameaça de ser lançado na cova dos leões, se o fizesse (Dn 6.10). Assim também seus amigos jovens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, quando se recusaram a adorar a estátua de Nabucodonosor (Dn 3).
A jovenzinha Maria, precisou de muita fé para submeter-se à vontade revelada do Senhor e encarar uma gravidez virginal, impossível de explicar a sociedade maledicente (Lc 1.38).
O bom testemunho e boa fama do jovem Timóteo devia-se a sua “fé sem fingimento”, herdada da vovó Lóide e mamãe Eunice (II Tm 1.5).
Como anda a sua fé? Bote fé!
“Tornai-vos praticantes da Palavra e não somente ouvintes” (Tiago 1.22).
O texto acima nos alerta contra o terrível hábito de ouvir a Palavra de Deus sem a colocar em prática. Somos facilmente comovidos pela Palavra que ouvimos, mas sem colocar nossa vida de fato sob sua direção. Acumulamos conhecimentos, mas nosso coração e nossa consciência não são influenciados por eles. Gostamos de ouvir falar da cruz, de avivamento e de suas condições, mas quando essas condições devem ser preenchidas por nós, acabamos por esquivar-nos.
Temos conhecimento suficiente para que todas as promessas feitas por Deus se realizem e para pôr o mundo em revolução, como fez a igreja primitiva.
O que estamos esperando? O culto do próximo domingo? Mas se ainda nem pusemos em prática o que ouvimos no domingo passado!?
O que estamos esperando? Uma nova conferência, uma nova reunião, quando não agimos segundo o que nos foi dito na última vez!?
O que estamos esperando? O avivamento, quando não nos submetemos aos seus requisitos, que conhecemos perfeitamente!?
O que estamos esperando? A unidade dos filhos de Deus, quando não pusemos em ordem com o nosso irmão aquilo que nós podemos corrigir?
O que estamos esperando? A volta do Senhor Jesus, quando sabemos que os cristãos ainda estão longe de estar prontos para ela?
O que estamos esperando? A bênção para nossa vida ou para aqueles que nos cercam, quando, pela desobediência ou indiferença, não vivemos de acordo com a bênção já recebida?
Que Deus nos livre do pecado dessa atitude mental que cede aos desejos e é passiva com relação à sua Palavra! Precisamos obedecer aquilo que ouvimos e, quando Deus fala através dos seus instrumentos, ainda que sejam fracos, devemos colocar em prática o que ele nos diz.
H.E. Alexander, em Orvalho da Manhã, 16 de julho.
As leis que regem a vida são inflexíveis. Na vida animal, ou come ou morre. Se caminharmos na laje de um prédio, além das beiradas, caímos e morremos, isto, todos sabemos, por causa da lei da gravidade. Na vida espiritual é assim também. “A alma que pecar, essa morrerá…” (Ez 18.4). “O salário do pecado é a morte…” (Rm 6.23). Todavia, assim como há soro e vitaminas para o desnutrido e equipamentos de segurança para os que se arriscam nas alturas, há salvação para os pecadores.
“Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3.16).
Quem disse essas palavras maravilhosas foi o próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, quando esteve neste mundo. E ele enfatizou:
“Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado… Quem crê no Filho tem a vida eterna…” (Jo 3.18,36).
Não existe outro meio de salvação. Só a fé em Jesus. Ora, se é tão importante crer em Jesus, precisamos entender bem o que é crer. Há várias maneiras de explicar isso. Nunca me esqueci de um texto antigo que explica a fé em Cristo usando a imagem da substituição, da seguinte maneira:
Crer ou confiar em Cristo como nosso Salvador implica substituir:
• nosso demérito, por seus merecimentos
• nossa ignorância por sua sabedoria
• nossa fraqueza, por seu poder.
Em outras palavras, declarar que:
• Não merecemos, mas ele merece
• Não sabemos, mas ele sabe
• Não podemos, mas ele pode.
Numa avenida de S. Paulo, um milionário encontrou um velho amigo. Surpreendeu-se ao vê-lo maltrapilho, sujo e enfermo. O milionário ouviu a triste história do amigo e, da forma mais sensível, passou-lhe às mãos um cheque, dizendo-lhe: “Olha, tome isto, recomece a sua vida…”
Dias depois, reencontram-se, o mendigo com o mesmo aspecto. O milionário perguntou-lhe:
– O que foi? Você não descontou o cheque? Algum problema?
– Não, não descontei. Quando vi a quantia, deduzi que o banco de modo algum me pagaria…
– Você está enganado. O que o caixa verifica é a assinatura e e o saldo…
Muitos são como aquele homem. Têm a promessa: “Quem crê, será salvo, terá a vida eterna!”. Mas têm tal consciência de seus pecados, por um lado, e da grandiosidade da salvação, por outro lado, que não se atrevem a recebê-la. Estancam no reconhecimento: “Eu não mereço…” Esquecem-se de que ninguém merece e jamais merecerá “tão grande salvação” (Hb 2.3). A salvação nos é dada gratuitamente, com base nos méritos (ou saldo) de Jesus! Aquele que tem fé em Jesus reconhece que não merece, mas confia nos mérito de Jesus, seu substituto. Veja Rm 3.23-24, 28.
Durante um vôo de muitas horas, uma senhora, cansada, cochilou e dormiu tranquilamente, por um bom tempo. Quando acordou, uma outra passageira visivelmente nervosa, lhe perguntou:
– Como você consegue dormir assim? Sabe que estamos a 11 mil metros de altura?
– Sim, mas tanto faz dormir como estar acordada, não é mesmo? Não sabemos nada sobre rotas aéreas e como pilotar esta máquina. Pra isso temos os pilotos…
Jesus é o Piloto de nossa vida. Nós nada sabemos, mas ele sabe tudo! Daí essa oração do profeta:
“Eu sei, ó Senhor, que não cabe ao homem determinar o seu caminho, nem ao que caminha o dirigir os seus passos” (Jr 10.23. Ver Pv 14.12).
Crer em Jesus significa submeter-se completamente à sua direção e confiar que somente ele por reconduzir-nos ao Pai. Ele disse: “Eu sou o Caminho… ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
Não podemos superar às dificuldades da vida, vencer as tentações, fazer o bem… O apóstolo Paulo escreveu:
“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, nao habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; nao, porém, o efetuá-lo… Quem me livrará? … Graças a Deus por Jesus Cristo!” (Rm 7.18, 24, 25).
Falando das injustiças, açoites e prisões que sofreu, ele escreveu:
“Em todas estas coisas, somo mais que vencedores, por meio daquele que nos amou…” (Rm 8.37).
Os que têm fé em Jesus reconhecem sua fraqueza e confiam no Senhor Jesus, sabendo que com ele, poderão vencer. Nos tempos antigos, um escravo tornou-se cristão. Seu senhor o repreendeu, dizendo: “Quem lhe deu permissão para tornar-se cristão? Você é minha propriedade?” O escravo humildemente respondeu: “Eu sei que meu corpo lhe pertence, mas o meu espírito pertence a Deus.” O patrão rematou: “Está bem, vamos admitir essa distinção. Farei com a minha parte o que me aprouver; vamos ver o que pode fazer pela outra parte este seu Deus.” E mandou surrar o escravo a ponto de deixá-lo inconsciente. Quando o escravo voltou a si, o patrão, calcando-lhe o pescoço com a bota, o desafiou: “E então, o que pode fazer por você o seu Deus?” O escravo pensou um instante e respondeu: “Ele pode ajudar-me a perdoá-lo”.
Pr. Éber Cesar (Pregada na Igreja Presbiteriana do Bairro Imperial de São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 09/2011. Editorial do Boletim de 07/07/2013).“Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e a tua casa” (At 16.31).
Brasil X Chile! Que sufoco! Mas no fim… A alegria da vitória! Eu diria, vitória às avessas, ao contrário. Comumente, é fazendo gol que um time alcança a vitória. Desta vez – e não foi a primeira vez – foi impedindo gols, segurando a bola. Júlio César fez milagre, virou herói…
Passados o entusiasmo, a alegria e a gritaria do momento, cristão e pastor que sou, logo transportei-me para o mundo espiritual e refleti: É assim mesmo no transcorrer da nossa vida. Em muitas circunstâncias, em momentos decisivos da vida, temos que ser proativos, temos que fazer gol, o que exige sabedoria, estratégia, vontade, confiança, decisão, garra e aquela ajuda indispensável que vem lá do alto… Noutras circunstâncias, momentos igualmente importantes e perigosos da vida, temos que dar uma de Júlio César: segurar a bola, impedir o gol. É assim O jogo da vida, como escrevi noutra reflexão, há poucos dias.
Neste jogo, enfrentamos adversários de peso, como, por exemplo:
Estes adversários são mencionados na Bíblia, repetidas vezes. São “times” perigosos, adversários poderosos que só nos querem derrotar. Mesmo que tomemos alguns gols, importa vencer no final. Nos pênaltis será sempre mais difícil! Para vencer, precisamos:
É sem presunção que digo podemos fazer. Podemos, sim, se nos exercitarmos, se treinarmos bem, se obedecermos as regras, se seguirmos as ordens e orientações do nosso Técnico, Jesus Cristo! Aliás, vale lembrar o que disse o apóstolo Paulo certa vez: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.13). Referia-se, claro, a Jesus!
Eu já disse na referida reflexão, O Jogo da Vida, que esse mesmo apóstolo, no contexto dos Jogos Olímpicos greco-romanos, referiu-se aos mesmos para ilustrar os esforços do cristão para vencer seus adversários circunstanciais, morais e espirituais:
“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível…” (I Co 9.24-27).
Ele escreveu também:
“Nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras…” (II Timóteo 2.5).
Temos motivação maior e mais duradoura que a popularidade, os salários altíssimos e taça da Fifa; temos as regras bíblicas, divinamente inspiradas; temos o Técnico perfeito! Temos tudo para vencer! Alguns da Seleção ajoelharam-se em campo antes do jogo ou mesmo durante o mesmo, ao que parece para orar e pedir aquela ajudazinha dos céus. Na vida cristã, a oração e a ajuda de Deus são absolutamente necessárias. Deus nos ajuda com suas intervenções sobrenaturais, sim, mas, comumente, a ajuda está ali, nos conselhos, advertências e correções bíblicas, as tais normas do jogo. Cabe-nos jogar “de acordo com as regras”, ou seja, obedecer, fazer o que é certo, justo e bom, mesmo quando o “time adversário” aconselha diferente e faz pressão contra.
Eu poderia citar inúmeras passagens bíblicas, mas vou limitar-me a duas ou três mais completas:
“Não vivam mais como os gentios, que vivem na inutilidade dos seus pensamentos… Eles estão obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus… Tendo perdido a sensibilidade, eles se entregaram à depravação, cometendo com avidez toda espécie de impureza. Todavia, não foi assim que vocês aprenderam de Cristo… Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e santidade… Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade… Quando vocês ficarem irados, não pequem. Apazíguem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao Diabo. O que furtava, não furte mais… Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para a edificação dos outros, conforme a necessidade… Livrem-se de toda amargura, indignação e ira, gritaria e calúnia, bem como de toda maldade. Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus os perdoou em Cristo” (Efésios 4. 17-32).
“Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12. 2).
“Amados, insisto em que… vocês se abstenham dos desejos carnais que guerreiam contra a alma… O Diabo, o inimigo de vocês [“adversário” na versão Revista e Atualizada] anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé… O Deus de toda a graça… os restaurará, os confirmará, lhes dará forças e os porá sobre firmes alicerces. A ele seja o poder para todo o sempre. Amém” (I Pedro 2.11; 5.8-11)
Bom jogo! Deus o abençoe! Vitória!
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