História e Geografia Bíblica (Livro)
Quem lê e estuda a História Bíblica fica profundamente impressionado com o poder,
Como cristãos, cremos que Deus criou este universo maravilhoso em
O estudo das Histórias Bíblicas sempre me encantou. A de
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência,
Ronald Sider escreveu um livro com um título intrigante: “O
Série: O Fruto do Espírito
Introdução
“Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos” (At 11.26). A gente se pergunta: Por que os descrentes, que se opunham a Jesus Cristo, deram esse apelido aos discípulos de Jesus?
Certamente, não sendo crentes e amigos, fizeram-no com a intenção de escarnecer. Mas os seguidores de Jesus gostaram. Ficaram felizes porque os circunstantes perceberam que eles eram parecidos com Cristo; que seu modo de ser, agir e reagir lembrava o de Cristo! E o apelido pegou. Era uma honra e uma responsabilidade!
Entendendo o termo desta maneira, fica até meio difícil nos identificarmos como cristãos, não é mesmo? Mas, vamos lá…
Uma lição para os “filhos do trovão”.
Uma vez, estando Jesus a caminho de Jerusalém, os discípulos Tiago e João foram à sua frente para lhe arranjarem hospedagem numa aldeia de Samaria. Entretanto, os samaritanos não os quiseram hospedar. Os dois discípulos voltaram a Jesus e lhe disseram, irados: “Senhor, queres que façamos cair fogo do céu para destruí-los?” Parece que esses dois tinham um temperamento forte, agitado, briguento. Jesus lhes tinha dado o apelido de “filhos do trovão”. Mas chamou-os escolheu-os, e os estava discipulando. Nesta ocasião, disse-lhes: “Vocês não sabem de que espécie de espírito vocês são […]” (Lc 9.51-56). Em outras palavras: “Meus caros, não é para vocês reagirem assim… Não é assim que eu faço…”
Convivendo com Jesus, e sendo assim repreendidos e ensinados, os “filhos do trovão” tornaram-se mansos e humildes, como Jesus (Mt 11.29), ou seja, “cristãos”. A propósito, anos mais tarde, Tiago foi degolado por sua fé, e João escreveu a epístola do amor, I João.
Você pode testemunhar mudanças progressivas em sua vida que o têm tornado mais e mais parecido com Jesus? Por exemplo: Era agressivo, briguento, genioso e vingativo como Tiago e João, os filhos do trovão, mas, depois, estudando os ensinos de Cristo e estando em comunhão com ele, tornou-se, pouco a pouco, mais calmo, bondoso e humilde?
O Espírito Santo.
Desde a ascensão de Cristo, os cristãos não têm podido mais caminhar com ele, ouvir seus ensinos, observar suas ações e reações e, assim, aprender com ele. Pelo menos, não como os cristãos que o acompanharam durante o seu ministério terreno. Jesus Cristo não está mais aqui, está no céu (Hb 1.3). Todavia, ele não nos deixou sós, sem ensino, sem correção, sem um Guia. Antes de partir, ele prometeu:
“Eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Auxiliador, o Espírito da verdade, para ficar com vocês para sempre […]. Ele está em vocês e viverá em vocês […]. O Espírito Santo ensinará a vocês todas as coisas e fará com que se lembrem de tudo o que eu disse a vocês […].” (Jo 14.16,17,26;16.8,13,15).
Quando cremos em Cristo e o recebemos como nosso Salvador e Senhor, o Espírito Santo, também chamado Espírito de Cristo, vem habitar em nós. Este é o dom do Espírito Santo prometido no Velho Testamento e referido por Jesus na passagem acima citada e em At 1.4-5. Os cristãos são templo ou santuário do Espírito Santo (I Co 6.19).
O fruto do Espírito.
O Espírito de Cristo nos faz cada vez mais parecidos com o Senhor Jesus (II Co 3.18; Rm 8.29). Ele faz todas aquelas coisas que Jesus prometeu que ele faria, e mais: produz em nós o chamado fruto do Espírito: “amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio” (Gl 5.22-23).
Há outras listas de virtudes cristãs no Novo Testamento, mas esta é a mais conhecida e citada, e traz a essência do caráter de Cristo, que o Espírito quer formar em nós.
Note que o texto fala de fruto do Espírito, no singular, indicando que as virtudes referidas são como uvas de um mesmo cacho. Elas são produzidas juntas, simultaneamente. Note também que é o Espírito que faz a obra, mas com o nosso assentimento e cooperação. Como podemos cooperar com o Espírito? Lendo e estudando cuidadosamente a Palavra de Cristo; ouvindo atentamente a pregação da Palavra; orando e mantendo comunhão espiritual com Cristo e com os irmãos; louvando a Deus com orações e cânticos espirituais; lendo boa literatura cristã; obedecendo à Palavra…
A Bíblia nos adverte contra o perigo de fazermos o contrário disso: resistir ao Espírito ou às suas intervenções em nossa vida (At 7.51); apagar o Espírito ou desconsiderar a ação do Espírito (I Ts 5.19); entristecer o Espírito (Ef 4.30).
Nos estudos seguintes, vamos refletir sobre cada uma das virtudes que constituem o chamado fruto do Espírito e sobre como podemos ser mais e mais perecidos com Jesus Cristo.
Éber Lenz César (eberlenzcesar@gmail,.com)
Este e os demais estudos desta série estão num formato para reflexão em Pequenos Grupos ou Células. Se desejar, pode usá-lo à vontade. Agradeço se preservar a autoria. Veja o último título abaixo.
INTRODUÇÃO
1. “Acaso sou eu tutor do meu irmãos?“
Desde a queda, a tendência natural do homem tem sido para o egoísmo, a excessiva preocupação consigo mesmo e o desinteresse por seus semelhantes. Irado porque Deus aceitara o sacrifício de Abel e não o seu, “se levantou Caim contra Abel, seu irmão, e o matou. Disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Ele respondeu: Não sei: acaso sou eu tutor do meu irmão?” (Gn 4.8-9). Tem sido esta a postura da maioria das pessoas. Nem mesmo nos agrupamentos menores vivem como irmãos, membros de uma mesma família.
2. A nova família, a Igreja.
Cristo constituiu uma nova família, a “família da Fé”, também chamada “Igreja” e “corpo de Cristo”. Fazem parte desta família todos quantos O recebem como Salvador e Senhor e, assim, tornam-se “filhos de Deus” (Jo 1.12) e “irmãos em Cristo” (I Jo 3.14). Nesta família, “ninguém vive para si mesmo” (Rm 14.7), porque, “conquanto muitos, somos um só corpo em Cristo, e MEMBROS UNS DOS OUTROS” (Rm 12.4-5). Num corpo, os membros se relacionam uns com os outros, necessitam uns dos outros e servem uns aos outros. Veja I Co 12.21-25.
3. Como os membros da igreja podem servir uns aos outros?
O Novo Testamento está cheio de expressões que nos ordenam e ensinam a servir uns aos outros no “corpo de Cristo”, que é a igreja. Por exemplo: “Acolhei-vos uns aos outros”, “Consideremo-nos uns aos outros”, “Instrui-vos e aconselhai-vos uns aos outros”, “Amai-vos uns aos outros”, e muitas outras.
Nas próximas sextas-feiras, vamos estudar mais detalhadamente cada uma destas expressões. Precisamos entendê-las, aplicá-las e vivê-las, se queremos ser, de fato, “um só corpo em Cristo, e MEMBROS UNS DOS OUTROS”. E isto é imprescindível para o nosso fortalecimento espiritual, para a nossa unidade e para o cumprimento da nossa missão evangelizadora no mundo.
Éber M. Lenz César. 23/02/96.
É mais que sabido que o casamento, como instituição, está em crise. Os sociólogos, os psicólogos e os psiquiatras estão dizendo que os alicerces de muitos lares estão desgastados, e a instituição toda está a ponto de ruir ou já ruiu, em muitos casos. Dados do Registro Civil mostram que o Brasil teve 970 mil casamentos e 420 mil divórcios em 2022, ou seja, cerca de 1 divórcio a cada 2 casamentos. Muitos casais não chegam a se divorciar, mas desentendidos, vivem separados, ainda que debaixo do mesmo teto. Não se divorciam por causa dos filhos, ou por interesses financeiros. Uma vez que estas separações, com ou sem divórcio, s produzem cicatrizes profundas nos filhos, o que se pode esperar para as gerações futuras?
Depois de entrevistar cerca de dois mil cônjuges, um proeminente conselheiro matrimonial registrou que 70% das mulheres e 60% dos homens, se pudessem voltar atrás, não se casariam outra vez com a mesma pessoa. Muitos disseram que não se casariam outra vez com ninguém.
Lamentavelmente, muitos casais cristãos estão com os mesmos problemas. Entre eles também há falta de diálogo, críticas, brigas, ressentimentos, amargura, infidelidade. Estes casais são uma propaganda muito negativa do amor perdoador e do poder transformador de Jesus Cristo. Por amor a Cristo e visando o bem do casamento e da família, precisamos dar mais atenção a este importante assunto e, com a ajuda de Deus, fazer nosso casamento funcionar.
Causas da crise.
O que pode estar causando esses problemas e a ruína de tantos casamentos? Os sociólogos, psicólogos e pastores apontam as causas seguintes:
Em que outras causas você consegue pensar?
Cada uma dessas causas merece considerações extensas e cuidadosas. Todavia, neste estudo, vamos refletir sobre a necessidade do casal e seus filhos se voltarem para Deus, que foi quem instituiu o casamento e a família, e a pode orientar e abençoar.
A solução está na Bíblia!
A Bíblia ensina que o casamento e a família são instituições divinas (Gn 2.20-24). Deus considerou que o casamento e a família seriam essenciais para a realização dos seus propósitos para a raça humana. Por isso mesmo, Satanás, nosso arque-inimigo espiritual, empenha-se tanto em destruir essas instituições. Porém, em cada caso específico, ele não tem que ser bem sucedido. Deus é infinitamente mais poderoso…
Nossos lares podem ser felizes se aprendermos e praticarmos os princípios bíblicos básicos para o casamento. As Escrituras nos dizem tudo o que precisamos saber para constituir uma família feliz. Todavia, é da máxima importância que marido e mulher estudem os ensinamentos bíblicos e os pratiquem, com a bênção de Deus. Mesmo se somente um dos cônjuges os praticar, haverá uma grande melhoria no casamento. Se ambos o fizerem, então seu lar poderá ser um pedacinho do céu na terra! Neste curso, teremos a oportunidade de estudar muitas passagens bíblicas diretamente relacionadas com o casamento e a família.
Não deixe de ler as lições lançadas abaixo. Se você está em vias de se casar, estas lições serão um bom preparo. Se já esta casado, poderão ser uma bênção para o seu casamento. Mais ainda se puder ler as lições junto com o seu cônjuge. Outra opção, é formar um grupo de casais e estudarem juntos estes temas. Deus os abençoe.
Éber Lenz César ([email protected]). Partes deste curso são uma tradução livre, resumo e adaptação de mensagens escritas por Richard L. Strauss, Th.M., Th.D., sob o título “Marriage is for Love” (1998, Biblical Studies Press. www.blible.org)
Aqui você tem algumas mensagens para as datas especiais do Calendário Cristão. Se desejar e achar que podem abençoar outras pessoas, pode usá-las em pregações, estudo em Pequenos Grupos ou mesmo compartilhar nas redes, desde que inclua a fonte.
Dia de Ação de Graças
Dia do Amigo
Dia da Bíblia
Dia do Carnaval
Dia de Corpus Christi
Dia dos Finados
Dia das Mães
Dia Internacional da Mulher
Dia dos Pais
Dia da Reforma
Páscoa e Ressurreição
Quem lê e estuda a História Bíblica fica profundamente impressionado com o poder, a justiça e a misericórdia de Deus, por um lado, e com a fraqueza, o pecado e a teimosia do homem, por outro lado. Entretanto, a graça perdoadora e transformadora de Deus na vida de homens e mulheres como Abel, Noé, Abraão, Sara, José, Anrão, Joquebede, Moisés, Josué, Calebe, Samuel, Rute, Davi, Daniel, João Batista, José, Maria e tantos outros, no Velho e no Novo Testamentos, é algo maravilhoso. A propósito, vale lembrar que a História Bíblica é a História da Redenção.
Este curso, que inclui mapas e gráficos exclusivos, é uma versão mais simplificada do livro de minha autoria, HGB – História e Geografia Bíblia. É fruto pesquisa elaborada ao longo dos anos durante os quais tive o privilégio de ensinar esta matéria no Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, PE. Peço ao Senhor que seja uma bênção em sua vida, tanto para aumentar seu conhecimento da Bíblia, como para fortalecer sua fé e seu amor ao Senhor. Peço-lhe a gentileza de referir a fonte sempre que usar um destes estudos. Não pode ser publicado.
Os capítulos os 1 a 5, sobre Gênesis 1-11, necessitam de uma revisão, conforme novas pesquisas.
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O João, discípulo de Jesus, quando velho, escreveu três cartas aos cristãos de sua época. Foram preservadas no Novo Testamento, segunda parte da Bíblia. A certa altura, ele se dirigiu diretamente aos jovens, e a galera de todos os tempos…
“Escrevi a vocês, jovens, porque são fortes. A Palavra de Deus permanece em seu coração, e vocês venceram o maligno” (I João 2:14, parte final, na versão NV).
Bem, eu já fui jovem, claro. Há muito, muito tempo… Fui um jovem forte. Meus irmãos até me chamavam de “fortezinho”. Eu praticava exercícios na barra e ganhava de muitos na queda de braço… Hoje, quase tão velho quanto o citado João (83 anos), não dá mais! Dizem que pareço bem mais jovem, mas eu é que sei…
Se a Palavra de Deus permanece em meu coração? Sim, graças a Deus. Tive o privilégio de nascer numa família cristã. Meus pais tinham o costume de reunir os filhos pequenos e ler para nós trechos da Bíblia e histórias de missionários. Quando adolescente e jovem, comecei a ler a Bíblia eu mesmo. Desde então, quase sem excessões, eu leio a Bíblia todos os dias. E como isso me tem ajudado…
João, o velhote, acreditava que os jovens cristãos de sua época liam a Palavra de Deus e a tinham em seu coração, ou seja, amavam a Palavra de Deus, a Bíblia, e se comportavam de acordo com os seus ensinos. Bem, talvez em parte… O suficiente para “venceram o maligno”, quer dizer, o Diabo, as tentações, a maldade deste mundo… Eu me lembro da chamadas “tentações próprias da mocidade” ou “paixões da juventude” (II Timóteo 2.22). Cara, são demais… E não cessam com o passar dos anos. Só vencemos com muita Bíblia no coração e a bênção de Deus. Daí o que escreveu um Salmista, numa oração:
“Como são felizes e íntegros os que seguem a lei do Senhor. Como são felizes os que obedecem a seus preceitos e o buscam de todo coração […]. Como pode o jovem se manter puro? Obedecendo à tua Palavra? […]. Guardei tua Palavra em meu coração, para não pecar contra ti. Eu te louvo, ó Senhor!” (Salmo 119.1-2,9-12).
Isto é só uma introdução a uma série de pequenos textos que, dando uma de João, o apóstolo, eu escrevi especialmente para vocês. Espero que leiam. E se quiserem trocar ideias a respeito, eu agradeço. Posso aprender um pouco mais com vocês, entender melhor a galera do século XXI. Mas só até onde não vai contra a Palavra de Deus…
Durante estes 58 anos de ministério pastoral, em cidades de Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Brasília e África do Sul, vivenciei situações e momentos tensos, alguns engraçados, outros tristes, mas todos, de algum modo, evidenciando a providência e a bondade de Deus o poder. Algumas destas breves histórias são comoventes e testemunham o poder salvador e transformador do evangelho.
“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti […] o qual, passando pelo vale árido, faz dele um manancial; de bênçãos o cobre a primeira chuva.” (Salmo 84.4-6).
Nos tempos do Velho Testamento, os israelitas piedosos faziam peregrinações regulares a Sião, a mesma Jerusalém, para adorar a Deus no templo e celebrar festas religiosas. Esta era a alegria maior de suas vidas; eles amavam os tabernáculos de Deus, suspiravam pelos átrios do Senhor, exultavam pelo Deus vivo! (Salmo 84.1-4). Aquelas peregrinações eram muito difíceis em certos trechos, mas eles as enfrentavam com alegria; renovavam suas forças antegozando o momento em que apareceriam diante de Deus em Sião (v.7).
O trecho mais difícil da viagem, incontornável para a maioria deles, era o Vale Árido (Versão Revista e Atualizada), também chamado Vale de Baca (Versão Revista e Corrigida), Vale das Lamentações (Septuaginta), Vale de Lágrimas (Vulgata Latina), e Vale das Balsameiras (Bíblia de Jerusalém). “Baca” é uma palavra hebraica que significa “choro”, “lágrima”. As balsameiras são plantas que destilam, gotejam ou “choram” o bálsamo, uma resina de odor tão agradável que a palavra “bálsamo” veio a significar, figurativamente, “alívio”, “conforto”, “lenitivo”.
As peregrinações de Israel são um tipo ou símbolo da peregrinação dos cristãos neste mundo. Jesus disse aos Seus discípulos: “Vós não sois do mundo […]” (João 15.19). Paulo escreveu aos filipenses: “A nossa pátria está nos céus […]” (Filipenses 3.20). Pedro dirigiu suas epístolas “aos eleitos […], peregrinos e forasteiros […]” (I Pedro 1.1; 2.11). Os israelitas faziam suas peregrinações a Jerusalém a fim de adorar a Deus no templo; nós, os cristãos, estamos a caminho da chamada Jerusalém Celestial onde haveremos de adorar e servir ao Deus Triúno, em “tabernáculos eternos”.
Peregrinando aqui, temos passado, sim, por lugares de indizível beleza; o Bom Pastor nos tem conduzido por “pastos verdejantes”, e nos tem levado “para junto das águas de descanso” (Salmo 23.1,2); anjos têm vindo do céu à terra somente para nos proteger (Salmo 34.7); temos vivido experiências agradabilíssimas. Entretanto, não há por que negar que alguns trechos do caminho têm sido muito difíceis. Não temos podido evitar o “Vale de Baca” ou “Vale de Lágrimas”. Gostaríamos que o Salmo Pastoril (Salmo 23) falasse somente de “pastos verdejantes”, “águas tranqüilas” e “mesas postas”, e não mencionasse o “vale da sombra e da morte” (v.4). Mas a referência está ali…
Se você, irmão (ã) está passando pelo “Vale de Baca”, quero lembrar-lhe que o seu equivalente físico na Palestina recebeu este nome não porque era árido, difícil, sofrido, mas por causa das plantas que cresciam ali e “choravam” bálsamo. Este vale recende a bálsamo! Nesta e na próxima mensagem, vamos ver quanto conforto e lenitivo existe neste vale.
1. O VALE DE BACA É MUITO FREQUENTADO.
Os israelitas de quase toda a Palestina tinham que passar pelo Vale de Baca, quando a caminho de Jerusalém. A topografia os obrigava a isto. Na experiência cristã não é diferente. Alguns são levados, como que “por via aérea”, do berço para a glória da Jerusalém Celestial, e escapam do Vale de Lágrimas; mas todos os outros têm que passar por ele. Parece que Moisés passou por este vale repetidas vezes. Idoso, sofrido e enfadado, ele orou: “Volta-te, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos […]. Alegra-nos por tantos dias quantos nos tens afligido, por tantos anos quantos suportamos a adversidade.” (Salmo 90.13,14).
Muitas são as adversidades que nos afligem e nos fazem chorar no transcurso desta nossa peregrinação terrena: desapontamentos, desastres, calamidades, perdas, escassez, enfermidades, morte. De um modo ou de outro, cedo ou tarde, mais ou menos vezes, todos passamos pelo vale.
2. O VALE DE BACA É MUITO INDESEJÁVEL.
3. O VALE DE BACA É MUITO PROVEITOSO.
Torna-nos mais fortes, mais humildes, mais dependentes de Deus, enfim, mais crentes. A companhia e as necessidades dos outros peregrinos ensinam-nos a pensar mais neles, e a “levar as cargas uns dos outros” (Gálatas 6.2). O autor do Salmo 119 aprendeu muito no Vale de Baca, razão porque orou: “Antes de ser afligido andava errado, mas agora guardo a Tua Palavra […]. Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os Teus decretos.” (vs. 67,71). Paulo passou por este vale diversas vezes, e testemunhou: “[…] aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado, como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias já tenho experiência, tanto de fartura como de fome, assim de abundância, como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece” (Filipenses 4.11-13).
Éber M. Lenz César, Igreja Presbiteriana das Graças, Recife, Agosto de 1992
Como cristãos, cremos que Deus criou este universo maravilhoso em que vivemos, e o fez com um propósito. Cremos também que ele tem um propósito, plano, desígnio ou vontade para os seres humanos, de modo geral, e para cada um de nós, em particular. Conhecer e fazer a vontade de Deus é da máxima importância, até porque, como escreveu o apóstolo Paulo, sua vontade é “boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2). Obviamente, estas breves mensagens não esgotam o assunto, mas abordam aspectos importantes do que a Bíblia nos ensina a respeito.
AS BÊNÇÃOS DO SOFRIMENTO
O problema do sofrimento desafia a nossa compreensão. Não conseguimos entender por que que Deus permite o sofrimento, sendo que Ele é Deus bom e amoroso. Um homem idoso e sábio disse que “a dor existe justamente porque Deus é bom”. Esta não é toda a verdade, mas é uma parte importante da verdade.
EVIDÊNCIA DE AMOR
Suponhamos que uma criança gravemente enferma. É necessário e urgente operá-la a fim de salvar-lhe a vida. O pai, então. entrega-a aos médicos para que seja operada. Porque a operação importa em sofrimento, você diria que este pai não ama seu filho?
Em Hb 12.5-8 está escrito que “O Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe. É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como a filhos); pois que filho há a quem o pai não corrige? Mas se estais sem correção […] sois bastardos, e não filhos.” A dor e o sofrimento indicam que Deus, nosso Pai, nos ama e, também, que somos filhos de Deus. Para salvar-nos do pecado Ele permite ou até mesmo envia a dor, o sofrimento, as tribulações. Paulo escreveu aos romanos: “[…] gloriemo-nos […] nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm 5.3-5). Deu nos ama e nos chama para perto de Si, mesmo que tenha que ser através da dor. Os que entendem assim o sofrimento podem cantar, sinceramente, o conhecido hino: “Mais perto quero estar meu Deus de Ti, ‘inda que seja a dor que me una a Ti […]”. Vamos considerar duas formas comuns de sofrimento e suas bênçãos.
POBREZA
Uma forma de sofrimento que aflige a maioria das pessoas é a pobreza. Os mais pobres, às vezes, não têm nem mesmo o que comer, o que vestir e onde morar. Todavia, muitas vezes é entre eles que se encontram as maiores expressões de fé, Eles geralmente aprendem mais depressa a confiar em Deus (Lc 14, 15-23; I Co 1,26-29).
Quando o nosso coração se angustiar devido a falta de alguns bens, pensemos naqueles que temos, nos afetos que nos cercam e em todas as bênçãos que recebemos. Há sempre muito que agradecer a Deus. Pode ser necessário orar pedindo perdão a Deus por esta nossa ambição muitas vezes desmedida.
Os homens geralmente são egoístas, avarentos e materialistas.Vivem preocupados com o alimento, com o vestuário, com a casa e com a saúde. Precisam dar mais atenção a estas palavras de Jesus:
“Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo quanto ao que haveis de vestir. Não é vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes? Observai as aves do céu: Não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta… Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo… quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquietais dizendo: Que comeremos? Que beberemos? ou: Com que nos vestiremos? porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas,’ buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas ” (Mt 6.25-33).
O apóstolo Paulo, que experimentou tanto a fartura como a escassez e aprendeu a estar contente em toda e qualquer situação (FI 4.11-12), escreveu aos romanos: “Aquele que não poupou o Seu próprio Filho, antes, por todos nós O entregou, porventura não nos dará graciosamente com Ele todas as coisas? “ (Rm 8.32. Ver FI 4.19).
DOENÇA
A doença é uma das grandes provas por que tem que passar a maioria das pessoas. Essa provação não atinge somente os que adoecem, mas também os seus familiares, que se esmeram em cuidados, vigílias e sacrifícios pelo enfermo, Ora, de que modo a doença pode ser uma bênção?
A enfermidade física lembra que a vida terrena é efêmera e que os bens materiais têm um valor limitado; geralmente reaproxima o homem de Deus, quebranta o orgulho e predispõe as pessoas para o evangelho, Na proporção, talvez, em que o corpo adoece, a alma se restabelece de suas enfermidades, enfermidades estas mais terríveis e prejudiciais do que as do corpo. Comumente as pessoas preocupam-se mais com as enfermidades do corpo do que com as da alma. Se nos fosse possível ver as almas das pessoas como vemos os seus corpos, ficaríamos horrorizados.
Muitos homens e mulheres que ostentam uma bela aparência física, têm a alma raquítica, agonizante, sem fé, sem paz, sem amor, sem esperança, sem alegria, sem propósito, sem Cristo, sem Deus.
Jesus, quando curava os enfermos, dava-lhes primeiro a lição da precedência da saúde espiritual sobre a saúde física. Assim fez, por exemplo, com o paralítico da Cafarnaum. Não se apressou em curar-lhe a paralisia, mas disse-lhe primeiro: “Filho, os teu pecados estão perdoados” (Mt 9.2). De nada vale ter um corpo sadio e a alma enferma. Ver Mt 16.26.
Tais pensamentos e lembranças nos ajudarão a enfrentar melhor as enfermidades e a ver nas mesmas o amor e o propósito de Deus. No final, poderemos até orar como o Salmista: “Tu és bom e fases o bem […]. Foi-me bom ter eu passado pela aflição, para que aprendesse os teus decretos […]. Bem sei, ó Senhor […] que com fidelidade me afligiste […]” (Sl 119.68,71,75).
Éber Lenz César . 11/1996