Dia dos Pais – O que pais podem dar aos filhos?
Dê aos seus filhos o que eles precisam, não o
Dia dos Pais – O que pais podem dar aos filhos?
Dê aos seus filhos o que eles precisam, não o
Dia dos Pais – Responsabilidade e privilégio dos pais
Criar filhos nunca foi fácil. Nestes tempos pós-modernos, então! Pais,
O estudo das Histórias Bíblicas sempre me encantou. A de
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência,
Ronald Sider escreveu um livro com um título intrigante: “O
Dê aos seus filhos o que eles precisam, não o que eles querem.
Pais que, na infância, experimentaram pobreza e viram-se privados de muitas coisas, prometem a si mesmos que darão aos seus filhos tudo o que eles quiserem, custe o que custar. Ora, isto nem sempre é bom para a formação dos filhos. Além disso, as crianças precisam muito mais de amor, amizade e companheirismo do que de coisas caras para brincar.
Dê aos seus filhos um propósito, não simplesmente os prazeres da vida.
A diversão é necessária; os prazeres têm o seu lugar; mas são temporários. Em excesso e desacompanhados de alvos e propósitos, geram insatisfação e frustração. Seus filhos precisam de algo importante para fazer na vida, alguma coisa por que lutar… confiando em Deus. O profeta Isaías orou, dizendo: “Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cujo propósito é firme; porque ele confia em ti” (Is 26:3).
Dê aos seus filhos opções de escolha e oportunidades
Dê aos seus filhos encorajamento, não condenação
Dê aos seus filhos um exemplo, não um sermão.
É certo que os filhos precisam de ensino, conselhos e correção, mas é igualmente certo que eles aprendem mais com os exemplos. Os pais são os seus exemplos mais próximos e contundentes, para o bem ou para o mal. O apóstolo Paulo, por algum tempo, foi pai adotivo e espiritual do jovem Timóteo. Já idoso, escreveu-lhe: “Mantém o padrão das sãs palavras que de mim ouviste… Tu tens seguido de perto o meu ensino, procedimento, propósito, fé, longanimidade, amor, perseverança…” (II Tm 1.13; 3.10).
Dê aos seus filhos demonstração de amor, não de paixão.
As crianças são muito prejudicadas quando tomam por amor o que não passa de paixão. Mostre aos seus filhos o que é o verdadeiro amor. Ame seu cônjuge. “O amor é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba…” (I Co 13.4-8).
Dê aos seus filhos disciplina, não explosão de ira.
A disciplina é corretiva. Ministrada com amor, bom senso e auto-domínio, ajudará na formação do caráter dos filhos. Se intempestiva e explosiva, será um desastre. O sábio Salomão escreveu: “A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a afastará dela” (Pv 22.15). “Castiga a teu filho, enquanto há esperança, mas não te excedas…” (Pv 19.18). “Não retires da criança a disciplina…” (Pv 23.13-14)
Dê aos seus filhos um lar, não simplesmente uma casa.
O sonho de muitos pais é adquirir casa própria. É um bom sonho, uma coisa necessária. Porém, acontece, às vezes, que, na luta pela casa própria e outros bens, os pais negligenciam a esposa e os filhos. Seria melhor criar os filhos numa casa de aluguel razoável e dar-lhes um lar, ou seja, o convívio de uma família unida e feliz. “Melhor é o pouco havendo o temor do Senhor… e amor, do que grande tesouro… onde há inquietação… e ódio” (Pv 15.16-17). “Maridos, vivei a vida comum do lar…” (I Pe 3.7).
Dê aos seus filhos o conhecimento de Deus e um cristianismo autêntico, não uma religiosidade formal e vazia.
Seus filhos precisam de Deus e de Cristo. Só Deus pode dar sentido às suas vidas e fazê-los felizes; só Jesus pode salvá-los, dar-lhes vitória nas tentações e guardá-los da corrupção do mundo. Moisés disse a Israel: “O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração… Estas palavras estarão no teu coração… tu as inculcarás a teus filhos…” (Dt 6..4-7). E Paulo escreveu: “Pais, criai vossos filhos na disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
Veja esta estatística recente tirada de uma revista canadense, Maclean’s, março 2015:Adolescentes que creem em Deus:
- 60% menos possibilidade de sofrer depressão
- 40% menos possibilidade de usar álcool e drogas
- 80% menos possibilidade de se envolver em sexo de risco
- têm melhor comportamento sexual
- têm melhor autoestima
- ajudam mais em atividades voluntárias
- a longo prazo, a espiritualidade protege
Criar filhos nunca foi fácil. Nestes tempos pós-modernos, então! Pais, educadores e psicólogos têm lá suas opiniões e conselhos. Alguns podem até ser úteis, mas muitos nada têm a ver com os ensinos da Palavra de Deus. Como cristãos, precisamos conhecer e praticar o que a Bíblia nos diz a respeito. Vamos recordar um pouco deste ensino… Até vem aí o Dia dos Pais!
Antes do ensino positivo, menciono alguns obstáculos à boa paternidade:
Está em Deuteronômio 6.6ss:
“O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar…”
A base de toda educação, a verdadeira educação, é a fé em Deus, o amor a Deus e a obediência a Deus!
O texto de Deuteronômio continua:
“O Senhor… os conduzirá à terra que jurou aos seus antepassados, Abraão, Isaque e Jacó; dará a vocês terra com grandes e boas cidades… Quando isso acontecer, e vocês comerem e ficarem satisfeitos, tenham cuidado! Não esqueçam o Senhor que os tirou do Egito, da terra da servidão. Temam o Senhor, o seu Deus, e só a ele prestem culto…” (Dt 6.10-13).
É verdade que as promessas que Deus fez a Israel, no contexto da Velha Aliança, foram diferentes das que fez à Igreja do Novo Testamento. No entanto, a rigor, o que lemos é que crendo em Deus, amando a Deus e obedecendo a Deus, seremos abençoados, bem sucedidos e felizes (Não quer dizer, necessariamente, ricos e sem problemas!). E quando isso acontecer, quando tudo estiver bem, não devemos nos esquecer que foi Deus quem nos libertou da escravidão do pecado, nos fez parte do seu povo e nos deu tudo o que temos. É comum as pessoas se voltarem para Deus quando em aflição e necessidade, e, depois, passada a crise, quando tudo está bem, se esquecerem de Deus e se afastarem dele e de sua igreja.
A frase seguinte, “não sigam outros deuses, os deuses dos povos ao redor” aplica-se a nós no sentido em que o mundo a nossa volta, ainda hoje, tem os seus muitos deuses, valores e costumes que assumem o lugar do verdadeiro Deus… Tudo isto está no contexto da exortação: “Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos…”
Na versão revista e atualizada, em lugar da expressão “ensinar com persistência”, aparece a palavra inculcar, cujo sentido é meter na cabeça. Como? O texto nos diz:
“Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões…” (vs. 7-9).
Foi exatamente isto que eu vi os judeus fazendo no chamado Muro das Lamentações, em Jerusalém (Foto). Havia ali muitos pais com filhos pequenos ou adolescentes lendo a Torá e orando fervorosamente (pelo menos era o que parecia). Tanto os pais como os filhos tinham amarrada na testa, uma caixinha preta; sabe-se que dentro da caixinha, eles colocam um rolinho de papel com esse texto de Dt 6.
Não precisamos dos seus paramentos simbólicos, mas do que significam, em termos práticos, no texto de Deuteronômio: precisamos meter na cabeça dos nossos filhos, desde a tenra idade, e persistentemente, as histórias, a doutrina e os valores ensinados na Bíblia. Só será possível conversando sempre sobre isso, falando disto, como diz o texto, “andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar”. O texto sugere, inclusive, que se escreva versículos nos batentes das portas e dos portões, ou seja, que se coloquem lembretes nos lugares por onde as crianças transitam.
Felizes as crianças cujos pais lêem para elas, desde a sua mais tenra infância, as histórias bíblicas, e lhes ensinam persistentemente os valores cristãos. Foi o caso de Timóteo, a quem o Apóstolo Paulo escreveu: “… permanece naquilo que aprendeste… desde a infância sabes as sagradas letras” (II Tm 3.14-15).
O que dissemos é o a base, o começo da educação, o mais importante. Todavia, dada a natureza pecaminosa, presente até mesmo no bebê mais lindo e fofinho, em muitos casos, os pais terão que corrigir seus filhos e discipliná-los. Palavras podem não ser suficientes. E esta é uma questão delicada, bastante polêmica em nossos dias. O fato é que a Bíblia, nosso “manual de vida”, nos diz, em Pv 22.15:
“A insensatez está ligada ao coração da criança, mas a vara da disciplina a livrará dela”. E em Pv 13.24: “Quem se nega a castigar seu filho, não o ama; quem o ama não hesita em discipliná-lo”.
A vara referida tem lá o seu contexto cultural e agrícola. Vamos dizer: uma palmadinha aqui outra ali, conforme a necessidade, ministrada com paciência, amor e firmeza só fará bem à criança. A moderna Lei da Palmada (que proíbe toda e qualquer disciplina física não leva em consideração o ensino bíblico, e os muitos exemplos de bons resultados… Considera apenas a violência praticada por pais (pai e mãe) ignorantes, impacientes, insensíveis, egoístas, violentos…
Os pais conhecem perfeitamente a tendência dos filhos menores para imitá-los. As meninas calçam os sapatos da mãe, os vestidos da mãe… Acalentam as bonecas como as mães aos bebês, etc. Os meninos também, em algum momento, se vestem como o pai etc.. Se a imitação se limitasse a essas brincadeirinhas, estaria tudo bem. Mas as crianças geralmente imitam as coisas erradas que os pais fazem. Se os pais mentem, os filhos aprendem a mentir; se os pais brigam, os filhos aprendem a gritar e a brigar uns com os outros; se o pai bate na esposa (absurdo!), o filho eventualmente baterá na irmãzinha; se os pais fumam, os filhos quase certamente fumarão na adolescência. E assim por diante. E não adianta proibir. Será uma hipocrisia e uma incoerência.
Pensando ainda no nosso texto de Deuteronômio, se os pais não amam e não obedecem a Deus, de coração e de verdade, se não amam e não respeitam a igreja de Cristo, muito dificilmente seus filhos o farão.
No Velho Testamento, há exemplos lamentáveis de lideres e reis que deram um péssimo exemplo aos seus filhos, e estes os seguiram direitinho. Por exemplo:
“Acazias, filho de Acabe… reinou dois anos sobre Israel. Fez o que era mau perante o Senhor; porque andou nos caminhos de seu pai; como também nos caminhos de sua mãe…” (I Re 22.52-53).
No Novo testamento, temos o exemplo positivo do jovem Timóteo. O apóstolo Paulo lhe escreveu:
“Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou em sua avó Lóide e em sua mãe, Eunice, e estou convencido de que também habita em você” (II Tm 1.4-5).
Pai, você ainda tem filhos pequenos ou adolescentes? Você lhes está ensinando persistentemente o temor do Senhor, o amor ao Senhor e a obediência ao Senhor? Você o disciplina com amor, quando necessário? Você lhes dá um bom exemplo de vida cristã? Que, sendo jovens e adultos seus filhos, ou quando o forem, você possa dizer como João:
“Não tenho alegria maior do que ouvir que meus filhos andam na verdade” (III Jo 4).
Pr. Éber Lenz César Cesar ([email protected])
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