O estudo das Histórias Bíblicas sempre me encantou. A de
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência,
Ronald Sider escreveu um livro com um título intrigante: “O
Numa reunião da liderança numa das igrejas que pastoreei, falou-se bastante sobre motivação: motivação para viver a vida cristã, para frequentar os cultos da igreja, para participar da Escola Bíblica Dominical, para orar com os irmãos nas nas reuniões de oração, para ler a Bíblia e orar regularmente, para evangelizar, para ser- vir… O sentimento geral dos que participaram da referida reunião foi que está faltando motivação para essas atividades.
A enciclopédia digital, Wikipédia define motivação como segue:
“… força propulsora (desejo) por trás de todas as ações de um organismo; processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”.
A enciclopédia cita o psicólogo C.W. Bergamini:
“…motivação é uma inclinação para a ação que tem origem em um motivo… A motivação, portanto, nasce somente das necessidades humanas…”
Por exemplo, as pessoas têm necessidade de trabalhar e ganhar dinheiro. Na medida em que se conscientizam desta necessidade, esforçam-se neste sentido, têm motivação para tanto. E como! Somem-se à referida necessidade, as ambições e até mesmo algumas vaidades pessoais. A motivação aumenta! Muito estudo, muito trabalho, muitas renúncias, tudo por um sonho, um ideal!
Certamente não tem nada errado com a motivação ou entusiasmo que sentimos ante melhor proposta de emprego, melhor salário, um novo curso, uma bela viagem. Afinal se os temos, é porque Deus assim nos abençoou ou está abençoando. Sejamos agradecidos, permaneçamos humildes e aproveitemos as oportunidades. Sucesso!
Todavia, entristece-nos constatar que muitos parecem motivados, bastante motivados para essas conquistas, para certos eventos e festas, mas não para aquelas outras atividades mencionadas acima: cultos, Escola Dominical, estudo bíblico, oração, evangelismo etc.. Estas outras práticas também suprem necessidades, e necessidades básicas, prioritárias!
Na vida, há uma hierarquia de valores. Algumas coisas são mais importantes do que outras. Por que?
Vale lembrar aqui estas conhecidas palavras de Jesus no seu Sermão do Monte:
“Buscai, pois, em, primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça…” (Mt 5.33).
Saulo de Tarso sempre foi um homem motivado, intenso. Antes de sua conversão a Cristo, seus motivos eram equivocados. Era zeloso de sua religiosidade, mas cego para a revelação de Deus em Cristo. Fazia os maiores sacrifícios, perseguindo os cristãos. Quando se converteu, mudou de lado, ajustou o foco e tornou-se um dos mais dedicados e frutíferos servos do Senhor Jesus. Não media esforços para pregar o evangelho e doutrinar os que se convertiam.
Paulo, como passou a se chamar, era um homem culto, rico, raça pura, sangue bom, proeminente. Mas, convertido, refez sua escala de valores. Uma vez, após listar valores antigos, ele disse:
“Mas, por amor a Cristo, todas essas coisas, que eu considerava como lucro, agora considero como perda. E não somente essas coisas, mas considero tudo como completa perda por causa daquilo que tem muito mais valor: o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor…” (Fp 3.7-8).
Tudo o mais perde valor e importância diante da sublimidade do conhecimento de Cristo e da vida em comunhão com ele, a serviço dele! As coisas que antes considerávamos imprescindíveis, vão para o fim da fila, tornam-se contingenciais.
O referido apóstolo resumiu esta postura, numa frase que ficou famosa: “Para mim, o viver é Cristo…” ou, como lemos na Bíblia na Linguagem de Hoje: “Afinal, o que é a vida? A vida para mim é Cristo…” (Fp 1.21).
Há uma outra declaração deste apóstolo que me faz pensar:
“O amor de Cristo nos constrange… Ele morreu por todos para que aqueles que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (II Co 5.14-15).
O que motivava o apóstolo Paulo, portanto, era o reconhecimento e a gratidão em face da expressão maior do amor de Deus por nós, a dádiva do seu Filho (Jo 3.16; Rm 5.8), assim como o amor do próprio Cristo, que esvaziou-se de sua glória celestial, inseriu-se no nosso tempo e espaço, viveu a nossa vida (mas sem pecado), morreu por nossos pecados, ressuscitou e está junto ao Pai Celestial preparando lugar para nós (Fp 2.5-8; Jo 14.1-3). Além disso, ele sabia que somente Deus e Cristo podem abençoar e dar sentido a todas as outras nossas atividades nesta vida.
Quais são os seus valores mais preciosos? Qual é a sua motivação? E para que?
Pr. Éber Lenz César ([email protected])
Há muitos anos, quando eu trabalhava como voluntário em um hospital, vim a conhecer uma menininha chamada Liz que sofria de uma terrível e rara doença. A única chance de recuperação para ela parecia ser através de uma transfusão de sangue de seu irmão mais velho, de apenas 5 anos, que milagrosamente tinha sobrevivido a mesma doença e parecia ter, então, desenvolvido os anticorpos necessários para combatê-la.
O médico explicou toda a situação para o menino e perguntou, então, se ele aceitava doar o sangue dele para a irmã. Vi o menino hesitar por um pouco, mas, depois de uma profunda respiração, ele disse: “’Tá certo, eu topo já que é para salvá-la…”.
À medida que a transfusão foi progredindo, aquela criança, deitada na cama, ao lado da cama da irmã, sorria ao ver as bochechas dela voltarem a ter cor. De repente, seu sorriso desapareceu e ele entristeceu. Olhou para o médico e perguntou com a voz trêmula:
– Eu vou começar a morrer logo, logo?
Por ser tão pequeno e inocente, o menino tinha interpretado mal as palavras do médico, pois pensou que teria que dar todo o seu sangue para salvar a irmã! Ver I Pe 1.18-19.
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