Construindo o casamenjto com amor. X. O amor é lindo!
O sexo é uma das criações maravilhosas de Deus. Ele
Construindo o casamenjto com amor. X. O amor é lindo!
O sexo é uma das criações maravilhosas de Deus. Ele
O estudo das Histórias Bíblicas sempre me encantou. A de
Na primeira parte desta mensagem, vimos que, por sua providência,
Ronald Sider escreveu um livro com um título intrigante: “O
O sexo é uma das criações maravilhosas de Deus. Ele criou o homem “à sua imagem e semelhança; homem e mulher os criou” (Gn 1.27). Depois, “viu tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Foi dele também a idéia expressa em Gn 2.24: “… deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne”. Deus planejou também que a união sexual de um homem com uma mulher e vice-versa fosse, ao mesmo tempo, uma experiência pura e prazerosa. A carta aos Hebreus, 13.4, refere a santidade do relacionamento sexual dos casados:
“Digno de honra entre todos seja o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.” (Versão Revista e Atualizada).
“Que o casamento seja respeitado por todos, e que os maridos e as esposas sejam fiéis um ao outro” (Bíblia na Linguagem de Hoje).
Por outro lado, Provérbios 5.18-19 fala do prazer e alegria da relação conjugal:
“Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores e gazela graciosa. Saciem-te os seus seios em todo o tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias.” (RA).
O Cântico dos Cânticos, do sábio Salomão, têm muitas aplicações espirituais, mas as referências são, antes de tudo, ao romance e às carícias físicas de um casal no processo de namoro, noivado e casamento. Veja por exemplo, 4.10:
“Que belo é o teu amor, ó minha irmã, noiva minha! Quanto melhor é o teu amor do que o vinho, e o aroma dos teus ungüentos do que toda sorte de especiarias” (RA).
“Como são deliciosas as suas carícias, minha namorada, minha noiva! O seu amor é melhor do que o vinho; o seu perfume é o mais agradável que existe” (BLH).
Infelizmente, a vida sexual de muitos casais não é assim tão pura, alegre e prazerosa. Ao contrário, é fonte de profunda insatisfação e constantes ressentimentos. Em muitos casos, os casais, ainda na fase de namoro e noivado, confundem amor verdadeiro com atração física e carnal, e precipitam as relações sexuais; a posterior lua de mel perde muito do seu encanto. Já nas primeiras semanas de vida conjugal, começam as crises… Por fim, o casal concluiu que o ajustamento sexual não acontece naturalmente – toma tempo e exige muito esforço e muita renúncia.
Tantos são os problemas relacionados com o ajustamento sexual no casamento que os conselheiros matrimoniais geralmente os classificam como causa principal das discórdias entre os casais. Se o sexo é criação de Deus e é muito bom, por que tantos casais, mesmo cristãos, têm problemas sérios nesta área?
Sexo pré-conjugal e extraconjugal.
Coisas boas podem ser mal usadas! A prática do sexo no casamento é uma experiência maravilhosa, que tem a bênção de Deus. Todavia, fora do casamento, pode causar problemas físicos, emocionais e espirituais, e dificultam a vida sexual satisfatória no casamento.
Vivemos dias de grande e crescente permissividade. Muitos defendem a idéia de que, se duas pessoas se amam, não há porquê não experimentarem logo a expressão maior do seu amor. Mas isto depende da relação pessoal que o casal tem com Deus e com Cristo, seu Senhor! Se eles levam o Senhor a sério, certamente desejarão ouvir e praticar o que o Senhor diz sobre o assunto. E ele diz muitas coisas… tanto no Velho como no Novo Testamento. Uma das passagens mais completas é I Tessalonicenses 4.3-8. Destacamos o seguinte:
(a) “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição”.
Outras versões usam os termos “fornicação” ou “imoralidade” em lugar de “prostituição”. De qualquer modo, a referência é a todo intercurso sexual fora dos limites do casamento, seja o pré-conjugal ou extraconjugal. Não importa quão profundos sejam os sentimentos mútuos entre um homem e uma mulher. Esta e outras passagens dizem que a vontade de Deus é que seus filhos sejam santos (separados, eticamente diferentes das pessoas que não amam o Senhor) e se abstenham deliberadamente dessas experiências. Se Deus exige isto, certamente é para o nosso bem.
(b) “Que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, não com o desejo de lascívia, como os… que não conhecem a Deus…”.
O corpo que Deus nos deu tem músculos, formas, beleza, sensualidade e… órgãos sexuais. Atrai o sexo oposto! Seus dons e potencialidades podem ser usados para o bem ou para o mal. É preciso saber possuir e usar de maneira santa, ética, comprometida e respeitosa, e não com o desejo de lascívia, isto é, como arma de sedução, visando unicamente à satisfação libidinosa e egoísta.
(c) “… e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão…” .
É relativamente fácil seduzir ou induzir uma pessoa do sexo oposto a fazer o que, de fato, não quer fazer, pelo menos por enquanto, antes do casamento. Declarações de amor e promessas ocultam intenções egoístas e carnais. Isto é uma ofensa! E é defraudação (roubo) também… de princípios, de consciência pura, de sonhos, de respeito próprio, da virgindade até então preservada para o cônjuge. Há também a ofensa comunitária, o mau exemplo, o escândalo… Tudo isto, supondo que tais valores morais ainda existam!
(d) “… porque o Senhor, contra todas estas coisas… é o vingador” .
Se os conceitos referidos acima parecem antiquados no contexto sócio-cultural moderno, e não nos sensibilizam, talvez esta parte final do texto que estamos examinando nos impressione um pouco mais: Deus nos perdoa, sim, quando nos arrependemos e deixamos o pecado. Mesmo assim, alguns pecados deixam marcas, consequências muito danosas: o sexo pré-conjugal pode resultar em gravidez indesejada e afetar a confiança mútua dos envolvidos; o sexo extraconjugal produz culpa e, se descoberto, será um tremendo desastre para o casamento; o sexo promíscuo propaga doenças venéreas e AIDS.
Talvez alguém esteja dizendo: “Nós estamos juntos há alguns anos…” ou “Nós estamos casados agora, mas ainda sofremos com sentimento de culpa e com desconfiança. Isto tem prejudicado nossa vida sexual. O que podemos fazer?” O casal pode e deve reconhecer o erro que cometeu um contra o outro, e pedir perdão um ao outro, cada qual por sua parte na culpa. E ambos devem confessar seu pecado a Deus. Ele é Pai misericordioso e perdoador. A segurança do perdão tanto do cônjuge como de Deus os ajudará a começar de novo nesta área tão importante da vida.
As atitudes impróprias para com o sexo também têm prejudicado muito a vida sexual dos casados. Alguns cristãos, por incrível que pareça, pensam que o sexo é sujo e pecaminoso por natureza, um ato necessário para a perpetuação da raça, mas não para o prazer. Mas a Bíblia ensina diferente.
Na época do apóstolo Paulo, havia ente os cristãos de Corinto um grupo de ascetas que, devido a promiscuidade sexual comum na cidade, diziam que os cristãos deviam abster-se de toda e qualquer relação sexual, mesmo no casamento. Diziam: “É bom que o homem não toque em mulher…” O apóstolo precisou corrigir esse ensino, mas com cuidado para não parecer liberal.
Leia I Co 7. 1-5. Destacamos o seguinte:
(a) Cada homem deve ter a sua esposa, cada mulher, o seu marido. (vs.1-2) “Quanto ao que me escrevestes, é bom que o homem não toque mulher; mas, por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido” .
Pessoas adultas solteiras, homens e mulheres, têm carências e desejos sexuais. Nesta passagem o apóstolo admite que, se não se casarem, serão tentados a satisfazer tais carências e desejos fora do casamento, o que, de acordo com o ensino geral das Escrituras, é impureza ou imoralidade. Assim, cada homem deve ter a sua própria esposa, e cada mulher, o seu próprio marido.
Esta passagem indica, também, que é absolutamente normal que o homem e a mulher tenham desejos sexuais. Alguns subjugam ou abafam estes desejos com outros desejos mais intensos. Foi o que aconteceu com o próprio apostolo Paulo que, totalmente devotado à pregação do evangelho e à obra missionária, tornou-se um celibatário. Ele via isto como um dom de Deus (I Co 7.7). Outros, forçados pelas circunstâncias, redirecionam seus desejos sexuais e liberam sua energia de outro modo, evitando a imoralidade e o pecado com uma vida cristã intensa e atividades sociais, profissionais e esportivas saudáveis. É o caso dos solteiros, viúvos, divorciados ou casados cujo cônjuge, por algum motivo, ficou impossibilitado de relacionar-se sexualmente.
(b) Deveres mútuos. “O marido conceda à esposa o que lhe é devido, e também, semelhantemente, a esposa ao seu marido” (v.3).
Esta passagem diz claramente que o marido e a esposa são responsáveis pela satisfação das necessidades sexuais um do outro. Porém, isto deve ser muito mais que uma obrigação ou um fardo. Quando os cônjuges se amam sinceramente e profundamente, cumprir este “dever” é um privilégio, um prazer e uma alegria. Deus os criou de modo que a satisfação mútua das necessidades sexuais seja a mais significativa expressão do seu amor altruísta.
(c) O corpo de um… o corpo do outro! (v.4). “A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher”.
Este ensino é absolutamente claro. O corpo do marido pertence à sua esposa; é para o prazer dela. O corpo da esposa pertence ao seu marido; é para o prazer dele. Ambos têm privilégios e responsabilidades iguais. O marido cristão, que ama a sua esposa, admira, deseja, acaricia, afaga e possui o corpo dela, com a bênção de Deus; a esposa cristã, que ama seu marido, admira, deseja, acaricia, afaga e possui o corpo dele, com a bênção de Deus. Deste modo, ambos tanto recebem como dão prazer. Em lugares públicos, a regra é a discrição; no quarto, por trás das portas…
Em lugar nenhum a Bíblia limita a variedade de maneiras pelas quais os cônjuges podem gratificar um ao outro com seus corpos, desde que haja mútuo consentimento e prazer. A propósito, recomenda-se a leitura dos Cânticos dos Cânticos, de Salomão, principalmente 4.1-5,7-15; 7.1-9 (que falam do prazer e alegria que o marido tem com a sua amada) e 2.3-9; 5. 10-16 (que falam do prazer e alegria da esposa com o seu amado).
(d) Não se neguem um ao outro! “Não vos prives um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência” (v.5).
Alguns cristãos têm a estranha noção de que é altamente espiritual abster-se das relações sexuais; pensam que cristãos santificados ou dedicados ao ministério da Palavra não devem se interessar por esse tipo de coisa. Na Igreja Católica, santidade e sacerdócio não combinam com sexo. Daí o dogma da virgindade perpétua de Maria e o celibato obrigatório para padres e freiras. Tais pensamentos e conceitos são contrários ao ensino da Palavra de Deus! Nesta passagem, então… O apóstolo recomenda: “Não vos priveis um ao outro…” Significa: “Não tire, não roube do seu cônjuge este direito e este prazer… Se o fizer, você o exporá a severas tentações de Satanás e ao pecado!” Será que isso tem a ver com a pedofilia de sacerdotes?
Todavia, os dois podem “concordar em não ter relações por algum tempo” por alguns motivos: (a) diante de um desafio maior, para se dedicarem mais intensamente à oração; (b) durante o período menstrual da esposa; (c) uma completa indisposição física e/ou emocional de um dos cônjuges. Mas o casal logo retomará suas relações normais que, qualquer que seja a frequência eles concordam que é mutuamente satisfatória, para que Satanás não os tente a buscar satisfação fora do casamento.
Ao invés de impedir ou restringir a vida sexual regular e satisfatória, a Bíblia a encoraja. Quando o Senhor Jesus está no controle da nossa vida, tornamo-nos amorosos, altruístas e dadivosos. E este é o segredo de um casamento bem sucedido, o que inclui vida sexual bem sucedida.
O amor altruísta faz com que os cônjuges reconheçam as mútuas características sexuais e emocionais, e tratem um ao outro de acordo. Por exemplo, é geralmente aceito que a visão do corpo de uma mulher rapidamente predispõe ou excita o homem para a relação sexual; as mulheres, porém, geralmente respondem mais lentamente com palavras românticas, carinhos e afagos preliminares. A esposa não deve ficar surpresa ou perturbada com os avanços mais frequentes e rápidos do seu marido; e o marido não deve ficar transtornado com o aparente desinteresse da sua esposa. Ela graciosamente se esforçará para corresponder às expectativas do seu marido; e ele se esforçará para ser paciente, delicado e amoroso com a sua esposa. Haverá ocasiões em que o a esposa fará sexo sem muita vontade, só para satisfazer o seu marido.
Por fim, é preciso lembrar que as relações sexuais mais bem sucedidas acontecem naturalmente depois de horas ou dias de preciosa amizade e boa comunhão. De certo modo, uma relação sexual satisfatória à noite, começa de manhã… ou dias antes!
Obviamente, este estudo não teve intenção de prover técnicas sexuais. Seu propósito foi estabelecer e recomendar atitudes próprias para com o sexo, de acordo com o claro ensino da Palavra de Deus. Estas atitudes têm que preceder as técnicas recomendadas nos livros afins.