O Apóstolo Paulo escreveu ao jovem Timóteo:
“Exercita-te, pessoalmente, na piedade…” (I Tm 4.7-8).
Piedade, nesse contexto, é comunhão com Deus e com Cristo, cheia do Espírito, relações que já estudamos anteriormente. Estas relações transformam o indivíduo, santificam, abençoam.
O apóstolo põe lado a lado o exercício físico e o exercício da piedade. Lembra que “o exercício físico para pouco é proveitoso”. Afinal, por melhor que seja o seu resultado, o corpo envelhece, adoece e morre! Ao contrário, “a piedade para tudo é proveitosa, porque tem a promessa da vida que agora é e da que há de ser”. Veja alguns itens dessa promessa, as vantagens da piedade:
(a) maior comunhão com Deus, com Cristo e com os irmãos;
(b) força para vencer as tentações e superar os reveses da vida;
(c) sabedoria, orientação, objetivo;
(d) amor, paz, alegria e muito mais;
(e) sucesso, o verdadeiro sucesso;
(f) galardões na “vida que há de ser”, ou seja, na eternidade.
Podemos seguir com esta comparação entre exercício físico e exercício da piedade e traçar uma analogia entre o modo de um e de outro. Ambos se fazem com alimentação adequada, rejeitando vícios e evitando o sedentarismo. A piedade, claro, se exercita com o alimento espiritual, a Palavra de Deus cuidadosamente estudada ou pregada; rejeitando-se os vícios das interpretações descuidadas e tendenciosas de textos fora do contexto; e evitando-se o sedentarismo eclesiástico, mais comumente identificado com a alcunha “crente de banco de igreja”, aquele que frequenta a igreja, ouve as pregações, mas não participa de nenhum ministério, não faz nada.
Os crentes fracos, desnutridos e sedentários precisam exercitar a piedade. Em harmonia com o nosso tema, Tempo de Renovar, podemos dizer que precisam renovar com a Bíblia, com a oração e com a igreja. Nesta mensagem, vamos refletir sobre a renovação com a Bíblia e com a oração. Na próxima mensagem, vamos falar brevemente sobre a renovação com a igreja.
Renovar com a Bíblia
Piedade e renovação espiritual geralmente começam com a retomada da leitura e estudo da Bíblia. Foi assim nos dias do rei Josias, de Judá. Seus antecessores, o rei Manassés (seu avô) e o rei Amom (seu pai) fizeram “o que era ma perante o Senhor”, levando o povo de Deus ao pecado e à idolatria; a uma tremenda crise espiritual (II Re 21). Josias foi diferente. “Fez ele o que era reto perante o Senhor…” (II Re 22). Para começar, ele mandou reparar o templo. Durante as obras, o sumo sacerdote encontrou o Livro da Lei e o passou às mãos do escrivão Safã, que o leu diante do rei (II Re 22.8-9). Depois, o rei reuniu o povo e mandou ler o livro diante de todos. A certa altura “o rei se pôs em pé… e fez aliança ante o Senhor, para o servirem, guardarem os seus mandamentos, os seus testemunhos e os seus estatutos, de todo o coração e de toda a alma, cumprindo as palavras desta aliança, que estavam escritas naquele livro; e todo o povo anuiu a esta aliança” (II Re 23.1-3). Isto é renovação! Isto é avivamento! Acontece quando a Bíblia, esquecida e empoeirada, sai da estante ou da gaveta e vai para a mente e o coração!
Queremos a renovação da igreja, não queremos? Para tanto, depois de tudo o que já se disse sobre a renovação com Deus, com Cristo e com o Espírito, lembremo-nos de que precisamos também e ao mesmo tempo, renovar com a Bíblia; lê-la diariamente, estudá-la mesmo, com cuidado (Sl 1; Sl 119.97-105). E não perder os estudos ministrados na Escola Bíblica Dominical e os sermões pregados nos cultos.
Renovar com a oração
Como é difícil orar! Não temos aquela disposição para a pura contemplação espiritual dos orientais; somos muito apressados e estressados; muitos têm grande disposição para ver televisão, assistir uma partida de futebol, mas para orar… Bate um sono, uma preguiça. Certamente por falta de interesse!
Os discípulos viram Jesus orando e lhe pediram: “Senhor, ensina-nos a orar…” (Lc 11.1). Não sabiam, não como Jesus! Também lemos em Rm 8.26 que “o Espírito nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém…”
Precisamos redefinir nosso conceito de oração, lembrando que:
(a) Orar é, antes de tudo, estar com Deus;
(b) A oração ajuda-nos a conhecer a vontade de Deus e a nos submetermos à mesma, como Jesus no Getsêmani (Mt 26.39,42);
(c) A oração renova a nossa vida espiritual;
(d) A oração, por assim dizer, abre as janelas do céu!
Além disso, precisamos orar com mais regularidade (Dn 6.10); com mais intensidade (Cl 4.12); com mais fé (Tg 1.5-7); com mais objetividade e altruísmo (Tg 4.2-3). Que tal uma experiência bem consciente, por três meses?